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O esporte cooperativo na inclusão de PCD

FRANCISCO SOGARI

Mestre em Comunicação, Professor de Jornalismo e Fundador do Instituto Gabi

Num país em que as políticas de inclusão da pessoa com deficiência parecem andar na contramão das conquistas da sociedade organizada, sobretudo das minorias, se faz necessária uma análise mais aprofundada do papel do esporte na vida deste segmento que representa 5% da população.

O esporte é um fenômeno sociocultural com formas de manifestações heterogêneas, envolvendo aspectos físico, emocional, econômico e social. É indicado desde a fase inicial do processo de reabilitação e oferece às pessoas com deficiência a oportunidade de experimentarem sensações e movimentos, que frequentemente são impossibilitados pelas barreiras físicas, ambientais e sociais.

O processo de inclusão social através do esporte configura-se como um importante meio de empoderamento de pessoas com deficiência. Mas o componente competitivo lhe confere uma face excludente, na qual vence a capacidade atlética, a força e a velocidade.

A deficiência é associada à falta de produtividade, o fracasso é facilmente apontado e o sucesso quando percebido é atribuído ao mérito, desvalorizando o esforço depositado para atingir esta meta.

Durante duas décadas, o Instituto Gabi promoveu a inclusão de pessoas com deficiência utilizando o esporte como ferramenta. Exercícios físicos, aulas de judô e karatê, vôlei, basquete, equoterapia e outras práticas mostraram os importantes benefícios que contribuem para a reabilitação. Os campeonatos com premiação, torneios ou festivais não são competitivos, mas cooperativos. Mesmo sendo individual, a prática é reconhecida na sua coletividade.

A experiência mostra que o esporte gera um sentido para a vida destes atletas anônimos, desempenha o papel de percepção de competência e identidade pessoal. Fortalece a independência e autoconfiança para a realização das atividades diárias, além de uma melhora do autoconceito e da autoestima.

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