Nutrição e trabalho: relação estável? (parte 2) - Rede Gazeta de Comunicação
Nutrição e trabalho: relação estável? (parte 2)

MARI ABREU

Nutricionista

Pior que estas mortes são precoces, ou seja, se conseguirmos evitar as doenças crônicas, podemos pensar no aumento de em até quinze anos na longevidade da população mundial, que hoje está em 73 anos e caindo cada vez mais. Uma pessoa com uma destas doenças tem uma pior qualidade de vida com o avanço da idade, e com altos custos com os tratamentos médicos, além da incapacitação para o trabalho. Também de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a expectativa de tempo de vida saudável, sem doenças crônicas, é de 63 anos, é a média mundial e também no Brasil. Ou seja, é bem provável que ao se aposentar a pessoa já esteja doente. Triste, não?

O sistema de saúde evoluiu para curar as doenças. Por mais que se fale da necessidade da prevenção, ninguém consegue desconto no plano de saúde por ter um estilo de vida saudável e índices de saúde irretocáveis. Isso quando você pode pagar um plano de saúde…

A prevenção de doenças tem um lado complicado, pois tem relação com crenças pessoais, religiosas e culturais, assim como esbarra no interesse comercial das indústrias de alimentos e das indústrias farmacêuticas.

Médicos são ensinados a diagnosticar doenças e tratá-las, e não a preveni-las. Como já dizia Hipócrates, “que o teu alimento seja o teu remédio”. Falava isso não como se ele considerasse o alimento como uma droga, que cura os males em curto prazo, mas considerava que as doenças, em sua maioria, são o resultado de uma alimentação inadequada. O avanço da ciência e as estatísticas mundiais atuais lhe dão razão.

Sabendo de tudo isso, por que não se parte imediatamente para a ação? Já se fez isso, porém se tomou o caminho errado. A nutrição como ciência é recente e altamente contaminada por interesses comerciais. A grande maioria do que foi feito nos últimos setenta anos é de baixa qualidade e não conclusivo e, o que é pior, muitas hipóteses não se confirmaram, mas infelizmente não foram abandonadas. Só servem para prejudicar a saúde, pois ainda fazem partem de programas governamentais de recomendação nutricional e prevenção da saúde. Ou seja, muito do que se acredita ser uma alimentação saudável, de fato, não é. Assim como nenhum programa de atividade física pode compensar uma alimentação inadequada. Não quero dizer que não se deva fazer exercícios, ao contrário, eles nos trazem dezenas de benefícios. Mas, mesmo os atletas, quando mal alimentados, têm seus problemas. Só para concluir este assunto: o resultado das prescrições dietéticas e recomendações nutricionais iniciadas nos anos 1970, baseadas no medo da gordura saturada e na proposição de substituir sua energia pela proveniente de carboidratos resultou na atual pandemia de sobrepeso e obesidade.

A saída está em estudarmos como o ser humano evoluiu como espécie, a Antropologia Evolutiva. E aí identificarmos os alimentos que nos levaram a nos diferenciarmos dos outros primatas, que continuam a se alimentar predominantemente de frutas e vegetais. Esta diferenciação permitiu o desproporcional crescimento do cérebro que tivemos, assim como permitiu o desenvolvimento das relações sociais, culturais e de trabalho que realizamos. Existem hoje inúmeros trabalhos científicos de comprovada qualidade que apontam este caminho e que permitem indicar os alimentos saudáveis. Aqueles que não irão nos tornar doentes.

Adotar a prevenção da saúde como estratégia empresarial é importante, uma vez que os colaboradores chegam na empresa com hábitos alimentares formados e, como apontamos, a manutenção ou melhoria da saúde tem uma relação direta com eles. A intervenção na alimentação é superimportante, pelo diagnóstico e aconselhamento, ou seja, pela oferta de alimentos realmente saudáveis no suprimento de refeições aos membros da empresa.

Aí está uma das bases de sustentação, se não a mais importante, da HSPW, em sua proposta de atuar como linha de frente na prevenção da saúde. O levantamento de hábitos alimentares de forma individual permite aos gestores empresariais avaliar os excessos, as carências e as inadequações alimentares de forma geral, possibilitando as ações corretivas e o aconselhamento nutricional. Também individualmente, de forma efetiva e imediata, a plataforma possibilita a correção dos hábitos alimentares, com efeitos impactantes para o resto da vida de cada um dos colaboradores.

A plena saúde permite a cada um explorar suas potencialidades, possibilitando a superação de metas pessoais, em todos os campos da vida. Não existe maior satisfação do que cumprir com sucesso uma missão, qualquer que seja, e ser reconhecido por isso, mesmo que este reconhecimento venha só de você. Melhor ainda quando o reconhecimento também vem dos outros, das pessoas que o cercam. Aí está a verdadeira felicidade!

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