VINÍCIOS SANTOS

Jornalista

Seja você a favor ou contra o passaporte sanitário e a vacinação contra a covid-19, um grave problema tem estado presente entre nós: a disseminação de incontáveis notícias contrárias – entre as quais destaco muitos artigos assinados por profissionais da saúde, pessoas renomadas na área – que possivelmente já te deixou na dúvida a cerca deste assunto.

A polêmica da vez tem a ver com a vacinação das crianças, a qual foi autorizada. Muitos defendem, outros se opõem, mas fato é que o processo já teve início e agora a tendência é de que siga a todo vapor. Apesar de todas as evidências de que a vacinação traz consigo, como números positivos, menos mortos e menos leitos ocupados, a questão específica da vacinação infanto-juvenil abre questionamentos, uma vez que a própria Anvisa, por exemplo, investigou um caso da morte de uma adolescente, de 16 anos, supostamente logo após aplicação da vacina da Pfizer, no final do ano passado.

Entretanto, não sendo eu especialista da área da saúde e, portanto, inabilitado para dar um veredito final sobre os muitos debates, o que questiono aqui é: porque e como tantos artigos e falas de especialistas tão contrárias entre si, em relação ao mesmo tema? Doutores de uma mesma área que defendem veementemente posições simplesmente antagônicas. Seria a falta de mais estudos, oposições técnicas ou tão somente pensamentos de viés político?

Acredito na ciência e nos remédios. Ainda que não especialista, sei que muitos medicamentos possuem contraindicações, e na maioria das vezes, nem precisa ser gênio para perceber isso: basta um mínimo de cuidado e a leitura da bula. Pode ser sim que a vacina da covid-19, assim como outras, tenha suas contraindicações, sobretudo para as crianças, mas o que é revoltante é a falta de respostas mais efetivas e claras, sobre os efeitos da mesma. Os doutores que defendem cada um o seu lado, neste impasse, só geram munição para as muitas discussões entre aqueles que, cada um a sua maneira, só querem sobreviver à pandemia.