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Renan Calheiros – o novo rei do cangaço?

JARBAS OLIVEIRA

Membro da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas, da Academia Montes-clarense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

O efeito procedente dessa pandemia realmente está transtornando o comportamento do ser humano. Os governantes das nações já começaram a digladiar, não será surpresa se logo-logo começarem a medir, na prática, suas forças bélicas.  Por outro lado, os radicais retornaram a decepar cabeças de fiéis às crenças contrárias às deles. Israel e os Palestinos da Faixa de Gaza quebraram o acordo de paz que se encontrava adormecido, silencioso, causando a morte de dezenas de inocentes. Assisti na mídia social que um general americano acusa os chineses pelo mau espalhado em nosso planeta. Há quem profetize que estamos à beira da terceira guerra mundial. Sinceramente, eu não tenho opinião formada nem me deixo perturbar com esse assunto.

Caros amigos e leitores, eu prefiro discutir o nosso país. O Brasil está passando por uma transformação que se iniciou com o famoso “Petrolão” aprisionando alguns malfeitores. Contudo acabou em nada, mas abriu espaço para a operação “Lava-jato” com o surgimento do “herói brasileiro”, o juiz federal de primeira instância, Sérgio Moro, que seguindo o rastro do dinheiro conseguiu julgar, condenar e prender, dentre outros, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, padrinho de muitos indicados para o Supremo Tribunal Federal, os quais, em retribuição, mesmo já tendo sido condenado também por um colegiado em segunda e terceira instâncias, o absolveu de seus crimes, dando-lhe plena e irrevogável libertação, inclusive devolvendo-lhe a sua elegibilidade, a despeito das apurações constantes da sua  extensa ficha suja. A briga será muito dura. A ratoeira quebrou e casa que não tem ratoeira, os ratos tomam conta. Já não querem amarrar o guizo no rabo do gato, querem aprisioná-lo.

E a pandemia? Pandemia não! CPI da pandemia, ou seria CPI da anarquia? Lembrei-me da capa e do que escrevi no meu livro Fantaspalho. A capa é o mapa do Brasil com um nariz de palhaço representando todos nós brasileiros. Com relação à CPI, qualquer que seja o apelido que receba, escrevi que nunca se apura nada. É mais fácil um político perder o cargo por um erro de conduta no plenário, o chamado “decoro parlamentar” do que por um ato de corrupção. Já vimos no passado e estamos assistindo na atualidade, uma comissão presidida e relatada por senadores, em cujas costas pesam processos de acusações de corrupção, que se encontram enfeixados e engavetados no STF.

Nesta CPI da pandemia os já processados, “costas largas”, protegidos pelos juízes da suprema corte que não os julgam, e por isso, também não são julgados pelo Congresso, querem agora, a qualquer custo, encontrar uma brecha, um motivo qualquer para imputar a culpa pelas mais de quatrocentas mil mortes diagnosticadas pelo vírus chinês, ao Presidente da República eleito, democraticamente, por mais de cinquenta e sete milhões de eleitores, sepultando, de uma só vez, toda a esquerda reacionária.

Nas sessões desta CPI, assistimos cenas hilariantes, mais próximas da comédia de que de um interrogatório investigativo. Os inquisidores não se contentam em indagar, querem dar as respostas também. Se o interrogado não responde conforme desejam, partem para a coerção, agressão moral, até ameaça de prisão. O relator requereu a prisão do ex-secretário de comunicação do governo federal, tão somente porque suas respostas não o satisfizeram. Imaginem que ameaçaram até o general Pazuello, ex-ministro da Saúde, obrigando-o a buscar segurança em um habeas-corpus junto ao STF, que inclusive poderá negá-lo. O relator Renan Calheiros já declarou que não vai investigar desvio de recurso destinados ao combate da pandemia. Por que Renan Calheiros? Está receoso de investigar os governadores, inclusive o do seu Estado de Alagoas? Sessenta bilhões de reais desviados dos cofres públicos não são motivos para investigação nesta CPI, ou está amedrontado por ter que processar o governador do seu estado, que é seu próprio filho?

Ouvi um grupo de comentaristas políticos rotularem o relator da CPI – senador Renan Calheiros como o novo Rei do Cangaço. Eu não concordo com eles. O Capitão Virgulino Ferreira da Silva – o Lampião – o verdadeiro e único Rei do Cangaço é um herói nordestino, e não se pode, nem dá para comparar a história de Lampião com a estória do político Renan Calheiros, acusado inúmeras vezes, por atos de corrupção, baseando tão somente em suas agressões orais. A única coisa em comum que vejo nos dois personagens é serem alagoanos.

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