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FATOS E DETALHES

MUDANÇA NO SECRETARIADO

Está no radar da atual administração da Prefeitura de Montes Claros uma reforma no secretariado para os próximos meses. Primeiro porque os atuais secretários que pretendem concorrer a vice-prefeito, especula-se Otávio Rocha, Vinícius Versiani e Osmani Barbosa, precisam se desincompatibilizar a quatro meses das eleições. Depois porque, segundo fonte ouvida pela coluna, há um entendimento de que seria interessante antecipar acordos que estão sendo trabalhados para depois das eleições, organizando os partidos que já decidiram pelo apoio a Guilherme Guimarães e que ocuparão espaços em caso de eleição do atual vice-prefeito. Hoje, o secretariado de Humberto Souto é muito mais técnico do que político e quase na sua totalidade de indicação exclusiva do prefeito, com raras composições com deputados e partidos que apoiam o governo.

COMPARAR ELEIÇÕES

Cada eleição é uma eleição e uma só pode ser comparada com outra se os contextos forem iguais. Por exemplo: não dá para pegar uma eleição onde um prefeito está bem avaliado e indica um sucessor com outra quando um prefeito estava mal avaliado e sequer tinha candidato à sucessão. Estou vendo analistas e candidatos fazendo comparações esdrúxulas, sem o menor fundamento científico e que podem ser muito prejudiciais se levadas a sério por estrategistas de campanhas. Isso vale para Montes Claros e para todos os demais municípios da região.

FECHAMENTO DA MSD

A menos que a MSD, empresa que comprou a Vallée para seguir no mesmo segmento da fabricação de vacinas contra a febre aftosa, mudasse o foco da fábrica de Montes Claros, o fechamento da unidade iria acontecer de qualquer forma. Há um grande esforço do setor pecuário brasileiro, articulado com o governo federal e todos os governos estaduais, há muitos anos, de tornar o Brasil uma área livre da febre aftosa sem vacina. O objetivo é garantir um posicionamento melhor da carne e do leite brasileiros no mercado internacional. O último caso de febre aftosa registrado no país foi em 2006. Atualmente, 16 estados brasileiros, incluindo Minas Gerais, são considerados livres de aftosa sem vacinação, conforme portaria publicada pelo Ministério da Agricultura no último dia 21 de março. Em post sobre o assunto, o Governo de Minas comemorou a portaria, dizendo que “o anúncio de Minas Gerais como estado livre da aftosa sem vacinação é uma conquista para o estado, que desde a década de 70 tinha que imunizar seu rebanho duas vezes ao ano”.

POLÍTICA LÍQUIDA

Um dos autores mais lidos dos últimos anos é o sociólogo e filósofo polônes Zygmunt Bauman, autor da trilogia “Modernidade Líquida”, “Amor Líquido”, “Vida Líquida” e por aí vai. A síntese do pensamento de Bauman fala que, na modernidade líquida, as coisas estão entrando e saindo muito rapidamente de nossas vidas, tudo está mudando a toda hora e a toda velocidade, enquanto no passado, na modernidade sólida, conceitos e ideias eram mais inflexíveis. Isso vale para a política? Muito.

POLÍTICA LÍQUIDA II

O ex-governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, é autor de uma frase muito famosa do folclore político: “política é como nuvem. Você olha, ela está de um jeito. Olha de novo, já mudou”. Deve ter dito isso, não sei a data exata, lá pelos anos 1960. Pensamento que continua valendo, se encontrou com o de Bauman nos anos 1990/2000 e foi potencializado com o novo meio digital que encontramos para viver, sobretudo pós-redes sociais.

POLÍTICA LÍQUIDA III

Os políticos atuais precisam estar atentos aos conceitos históricos e às transformações contemporâneas. Um fato negativo deve ser rapidamente substituído por um fato positivo e não requentado. Requentar notícia ruim remete a outro ditado popular, aquele do “quanto mais mexe, mais fede”. Requentar ou tentar explicar notícia ruim tem que ser feito de maneira muito eficiente, como um tiro de canhão, sob o risco de isso só servir para comunicar o fato negativo a pessoas que ainda não sabiam dele.

POLÍTICA LÍQUIDA IV

Então, foi atacado, surgiu um fato negativo? Em política, ou você desiste dela ou segue em frente alimentando a mídia e os eleitores com fatos positivos. Como diria a música: “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, ou pelo menos tenta. O fato negativo vai ficar em evidência até que um positivo surja e, como o tempo é de modernidade líquida, o segundo, se bem trabalhado, fará o público esquecer o primeiro. Lembrando sempre: como política é competição, o fato negativo de um candidato pode ser o fato positivo de outro, e vice-versa. 

Pecê Almeida Júnior é jornalista e publicitário e fechou esta coluna às 13h15 do dia 14/04/2024

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