Brasil avança na prevenção, diagnóstico e tratamento da tuberculose - Rede Gazeta de Comunicação
Brasil avança na prevenção, diagnóstico e tratamento da tuberculose

Com o lema “Tuberculose, não deixe ela parar você”, o Ministério da Saúde lançou, nessa quinta-feira (21/3), a Campanha Nacional de Tuberculose 2024. A campanha traz como destaque a prevenção, os sinais e sintomas da tuberculose, o que fazer em caso de suspeita e a importância de realizar o tratamento até o final para alcançar a cura. Tanto a prevenção, quanto o diagnóstico e o tratamento da tuberculose estão disponíveis gratuitamente no SUS. Além dos exames para detectar a doença, o SUS também oferta a vacina BCG para proteger crianças das formas mais graves e disponibiliza tratamento preventivo para pessoas com maior risco de adoecimento.

A estratégia inclui peças em formato de vídeo, áudio e imagens para serem veiculadas em todo o Brasil, especialmente por mídias virtuais. A ação foi pactuada e lançada em Brasília, durante a 3ª Reunião Ordinária da CIT (Comissão Intergestores Tripartite). É válido lembrar que as iniciativas de prevenção têm sido beneficiadas pela incorporação de novas tecnologias, como novos exames e esquemas de tratamento encurtado.

“A tuberculose é o carro chefe da política de eliminação das doenças determinadas socialmente. São mais de 10 milhões de pessoas que adoecem por ano em todo o mundo e por dia mais de 4 mil pessoas morrem no mundo. Só vamos conseguir eliminar a tuberculose se ampliarmos radicalmente a prevenção da doença”, afirmou Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) do ministério, durante a reunião da CIT.

Diminuição da incidência

O coeficiente de incidência da tuberculose, que expressa o risco de adoecimento, diminuiu em 2023, após dois anos consecutivos de aumento. No ano passado, foram identificados 80.012 casos novos no Brasil, correspondendo a uma incidência de 37 casos por 100 mil habitantes, abaixo dos 81.604 casos novos em 2022, quando a incidência foi de 38 casos por 100 mil habitantes. Os dados de 2023 ainda são preliminares, mas já sugerem uma alteração na tendência observada nos anos anteriores.

O país apresenta uma importante recuperação nacional no número de pessoas diagnosticadas e tratadas após as interrupções relacionadas à pandemia de covid-19, que impactaram negativamente a detecção de pessoas com tuberculose no país.

De acordo com a coordenadora-geral de Vigilância de Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM), Fernanda Dockhorn, “o aumento de pessoas diagnosticadas, no cenário pós-pandemia, representa a retomada das ações para a eliminação da tuberculose, pois, a partir do diagnóstico, é possível iniciar o tratamento, reduzindo a transmissão da doença, bem como a identificação das pessoas que tiveram contato com ela”.  Segundo Fernanda, dependendo da situação desses contatos, o tratamento preventivo é indicado. “Precisamos diagnosticar, tratar e prevenir para conseguir a eliminação da tuberculose no país”, ressaltou a coordenadora.

Outro destaque positivo, revelado pelo Boletim Epidemiológico deste ano, é o aumento do número de pessoas que iniciaram o tratamento preventivo da tuberculose. Entre 2018 e 2023, 163.885 pessoas deram início ao esquema terapêutico preventivo. No ano passado, o tratamento de 12 semanas, que utiliza o esquema encurtado de rifapentina associada à isoniazida, conhecido como 3HP, foi responsável por 52,5% do total de tratamentos preventivos. Destes, 80,2% foram completados com sucesso.

Investimento em ciência e tecnologia

Nesse sentido, o Ministério da Saúde vem ampliando o investimento em ciência e tecnologia para a resposta à doença. Com a chamada nº 29/2023, um valor global de R$ 14 milhões será destinado para apoiar a realização de projetos de pesquisas operacionais voltadas às ações de vigilância, prevenção e eliminação da doença. No total, 16 projetos foram selecionados. Ademais, foram investidos aproximadamente R$ 3 milhões em pesquisa e desenvolvimento de novas vacinas, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Além disso, o Brasil é o primeiro país do mundo a lançar uma política governamental para eliminar ou reduzir, como problemas de saúde pública, a tuberculose e outras 13 doenças e infecções que acometem, de forma mais intensa, as populações em situação de maior vulnerabilidade social. O programa Brasil Saudável é um desdobramento do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds), criado em abril de 2023.

Segundo Draurio, que também é coordenador-executivo do Ciedds, o comitê e o Brasil Saudável podem deixar um dos maiores legados do atual governo. “A nossa missão é a união e a reconstrução de políticas públicas para o cuidado das pessoas, especialmente as vulnerabilizadas. O Ciedds e o Brasil Saudável concretizam as ações rumo ao alcance das metas de eliminação e ratificam o compromisso do governo com a saúde das pessoas, a partir do enfrentamento das iniquidades sociais de forma articulada entre a Saúde e outros 13 ministérios”, afirma. (Ascom Ministério da Saúde)

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