Canetas de emagrecimento: é possível viver sem? - Rede Gazeta de Comunicação

PUBLICIDADE

Canetas de emagrecimento: é possível viver sem?

Dra. Lygia Gayoso

Endocrinologista

Sabemos quais os benefícios de perder de peso para pessoas obesas ou com sobrepeso que usam canetas de emagrecimento, mas pouco se fala dos riscos. A curto prazo são as náuseas e os enjoos, a longo prazo pode engatilhar até transtornos alimentares e de imagem.

Por isso, segundo a Especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e endocrinologista da Prime Care Medical Complex, dra. Lygia Gayoso, a recomendação para seguir uma vida saudável – com perda de peso e sem a utilização destas ferramentas medicamentosas – é trabalhar com uma equipe multidisciplinar composta por profissionais como: endocrinologia, nutrição, educação física e psicologia. “É importante pontuar que a obesidade é uma doença crônica e entendemos que os pacientes vão necessitar de tratamento a longo prazo”, diz.

Atualmente, as canetas para perda de peso disponíveis no mercado fazem parte do mesmo grupo medicamentoso conhecido como incretinomiméticos, ou seja, são remédios que se mimetizam as incretinas – hormônios produzidos pelo nosso intestino (como o GLP-1 e o GIP) que tem a capacidade de reduzir o apetite e aumentar a saciedade, dentre outras ações. A diferença entre elas está no percentual de perda de peso que pode ser maior ou menor dependendo da dose e da medicação escolhida para uso.

Efeito rebote – Um estudo publicado por cientistas dos EUA, do Japão e de vários países europeus acompanhou 327 adultos que haviam usado a semaglutida (princípio ativo de uma das canetas de emagrecimento mais famosas do mundo) durante um ano e meio. Enquanto eles estavam tomando o remédio perderam em média 17,3% do peso. Mas, assim que pararam, voltaram a engordar: após um ano sem, já tinham recuperado 11,6% da massa corporal. Dois terços do que tinham emagrecido. E por que acontece este efeito rebote?

“Com a perda de peso, nosso corpo usa mecanismos para recuperar esse peso perdido: aumenta o apetite e reduz o gasto energético. É importante frisar que isto acontece independente se a perda ponderal foi com medicação ou não. Portanto, se estou em uso de um remédio que reduz o meu apetite e suspendo este uso, a fome será mais importante, ou seja, mais percebida”, comenta a dra. Lygia.

Por isso, manter o plano alimentar que estava sendo seguido e a atividade física, levando ao mesmo gasto energético prévio, serão determinantes para evitar o reganho de peso. “Caso o paciente não siga esta estratégia, o reganho vai acontecer”, diz. E para quem utiliza a caneta sem fazer dieta e exercícios físicos, a especialista reforça: “a mudança dos hábitos é o mais importante para o sucesso no desmame da medicação.”

A recomendação médica é que a pessoa que quer deixar de usar as canetas de emagrecimento tenham supervisão de um endocrinologista nesse processo. Isto porque o profissional poderá planejar esse passo a passo e determinar, junto com o paciente, quando isso deve ser iniciado e como será realizado.

%d blogueiros gostam disto: