Os riscos de seguir o exemplo ditatorial na restrição das redes sociais - Rede Gazeta de Comunicação
Os riscos de seguir o exemplo ditatorial na restrição das redes sociais

Gregório José

Jornalista/Radialista/Filósofo

O Brasil, em sua trajetória democrática, enfrenta uma encruzilhada preocupante que nos coloca diante de um dilema de proporções alarmantes. A possibilidade de seguir os passos de nações sob regimes ditatoriais, como Mianmar, Rússia, Coreia do Norte, Irã, Turcomenistão e China, ao banir as redes sociais, é uma ameaça real aos pilares fundamentais de liberdade e democracia que tanto lutamos para preservar.

Observamos, em um padrão assustador, como esses países começaram com restrições aparentemente moderadas à liberdade de expressão nas redes sociais, sob a justificativa de controlar a disseminação de informações consideradas prejudiciais ao regime. Contudo, ao longo do tempo, essas restrições se tornaram cada vez mais draconianas, culminando na proibição completa do acesso às redes sociais e na repressão de qualquer forma de dissidência ou crítica ao governo.

A liberdade de expressão, um direito consagrado há séculos, é, por sua vez, uma conquista da qual não podemos abrir mão. No entanto, a defesa desse direito enfrenta desafios constantes, especialmente quando se trata de definir os limites e responsabilidades associados a ele. Quem deve ter o poder de definir esses limites? O governo, juízes, legisladores, indivíduos ofendidos, mídia, professores ou as próprias redes sociais?

Os embates em torno da liberdade de expressão transcendem as esferas legais e políticas e permeiam diversos aspectos da sociedade, incluindo religião, jornalismo, educação e internet. É um debate complexo, onde diferentes interesses e valores se confrontam, e no qual não há respostas simples ou soluções definitivas.

A trajetória sombria desses países nos alerta para os perigos de ceder à tentação do controle total sobre a comunicação e a informação. No Brasil, onde a liberdade de expressão é um direito constitucional, é imperativo resistir a qualquer movimento que ameace minar esses princípios democráticos.

Além disso, a proibição das redes sociais teria repercussões sociais e econômicas devastadoras. As redes sociais desempenham um papel crucial na comunicação, no compartilhamento de informações e na mobilização da sociedade civil. Elas são ferramentas essenciais para o ativismo político, o jornalismo independente e o desenvolvimento econômico. É urgente que o Brasil proteja e fortaleça seus valores democráticos, garantindo a liberdade de expressão e o acesso irrestrito à informação. Qualquer tentativa de restringir ou proibir as redes sociais deve ser vigorosamente contestada, pois representa um grave retrocesso na luta pela democracia e pelos direitos individuais dos cidadãos.

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