VINÍCIOS SANTOS
Professor e Jornalista
O mês de agosto é dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher através da campanha Agosto Lilás, e busca chamar a atenção da sociedade para o tema. Entretanto, quando se fala em violência contra elas, infelizmente há de se usar o plural, uma vez que são diversas as violências pelas quais as mulheres ainda passam. Além da física, há a sexual, psicológica, moral e patrimonial.
Neste ano a principal lei do país, que visa amparar as mulheres vítimas, a Lei Maria da Penha, completa 17 anos de sua criação, e não há como não lamentar que, em incontáveis casos, ela foi importante e ajudou, sim, porém em milhares de outros não foi o suficiente.
Desde 2005, o Observatório da Mulher Contra a Violência – do Senado Federal – realiza pesquisa com a população feminina de várias partes do Brasil e em seu último demonstrativo (divulgado em 2021), foi apontada uma elevação de aproximadamente 30% no número de mulheres que afirmaram ter sofrido violência física. Já no caso de violência psicológica os números subiram 165% e violência moral ultrapassou os 200%. Os feminicídios também aumentaram consideravelmente nos últimos anos.
Estamos mais uma vez em agosto. Os discursos sempre são fortes, firmes, pedem pelo “basta!”. Mas e as ações? E as autoridades? E o dia a dia de dentro de casa? A nossa sociedade evoluiu muito nos últimos tempos, mas há aspectos que já demoraram demais para mudar. Pais: eduquem seus filhos, não esperem pelas autoridades, não esperem que as situações se tornem casos de polícia. É dentro de casa o primeiro passo, é lá que a menina verá no pai o primeiro homem de sua vida, e o menino verá como deve ser, quando adulto. Se o nosso passado e presente são terríveis nesta questão, cabe a nós lutarmos para que o futuro seja diferente.
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