Está aberto até o dia 26, o cadastro prévio dos profissionais de saúde interessados em participar do curso virtual de atualização sobre a doença de Chagas. As atividades estão sendo conduzidas pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), com apoio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros.
As inscrições devem ser feitas em: https://docs.google.com/forms/d/1wbLZs39FmiRx_GguR_gFd6a6GLvPdnwrICeCY6qbBM/edit.
Até o dia 7 de julho o resultado da seleção será enviado por e-mail aos inscritos.
O curso será coordenado pelo professor Israel Molina, que atua no Departamento de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário de Vall d´Hebron, sediado em Barcelona, na Espanha. Também compõem o corpo docente professores especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal de São João Del Rey e da Universidade de São Paulo (USP).
“O Norte de Minas é uma região considerada endêmica para a doença de Chagas. Embora a doença tenha sido descoberta há mais de 100 anos, hoje em dia ainda continua sendo uma realidade muito presente em todos os municípios da região”, ressalta o professor Israel Molina.
Ele entende que há necessidade de ampliar a conscientização e o conhecimento dos profissionais da Atenção Primária à Saúde sobre a doença de Chagas. Por isso, “o curso foi elaborado para fornecer aos profissionais de saúde as ferramentas necessárias para compreender, diagnosticar e tratar a doença de Chagas de forma eficaz, já que aborda os aspectos clínicos, epidemiológicos e terapêuticos mais recentes para o cuidado do paciente”, disse Molina.
A referência técnica em Atenção à Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, Renata Fiúza Damasceno, reforça que “o curso é uma excelente oportunidade para a qualificação da assistência às pessoas nos serviços de Atenção Primária”. Segundo ela, “o Norte de Minas precisa avançar no controle da doença de Chagas por meio da intensificação das ações de vigilância em saúde, além de capacitação dos profissionais e organização dos processos de trabalho para rastreamento, diagnóstico, tratamento e acompanhamento das pessoas acometidas pela doença”, disse Renata.
Programação
As aulas virtuais serão ministradas no período de 3 de agosto a 7 de dezembro deste ano, totalizando 45 horas de carga horária. Serão desenvolvidos temas em encontros semanais, por videoconferências. A cada semana, um ou mais especialistas em doenças de Chagas vão abordar temas específicos, com troca de experiências visando a discussão da prática profissional.
O curso se inicia abordando o Programa Nacional de Doença de Chagas: como estamos e as perspectivas para os próximos quatro anos. Nas semanas seguintes, serão abordadas questões relativas ao panorama epidemiológico da doença em países endêmicos e não endêmicos; história natural da doença e diagnóstico; o papel da biologia molecular na doença de Chagas; transmissão e vigilância. Em setembro o curso terá como foco o estudo das fases aguda e crônica da doença.
A programação prevê que, em outubro, serão abordadas questões sobre o manejo da doença de Chagas nos serviços de Atenção Primária à Saúde, ferramentas da telessaúde, e vigilância da doença, com apresentação de experiências exitosas. Em novembro o curso terá continuidade abordando a saúde comunitária da doença de Chagas; a experiência de Montes Claros e Belo Horizonte com a implantação do ambulatório de Chagas; ensaios atuais e perspectivas futuras. O curso será encerrado dia 7 de dezembro com a realização de seminário.
A doença
A coordenadora de vigilância em saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explica que a doença de Chagas é potencialmente fatal, causada pelo microrganismo Trypanosoma cruzi. É transmitida aos seres humanos por insetos conhecidos como barbeiros; por transfusão de sangue ou transplante de órgãos; consumo de alimentos contaminados, ou durante a gravidez e o parto.
“Se detectada e tratada precocemente, essa doença é quase 100% curável. Até 30% dos pacientes com a doença desenvolvem problemas cardíacos e até 10% apresentam problemas digestivos, neurológicos ou mistos. O diagnóstico e tratamento são disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, pontua a coordenadora.
Dados da Fiocruz revelam que, na América Latina, cerca de 70 milhões de pessoas estão sob risco de infecção e 104 mil podem morrer por ano pela doença de Chagas. (Ascom SES-MG)
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