Hospital Universitário implementa novo projeto de consumo de oxigênio - Rede Gazeta de Comunicação

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Hospital Universitário implementa novo projeto de consumo de oxigênio

O propósito é conscientizar as pessoas para o uso correto do gás medicinal

O oxigênio é o elemento químico mais abundante da superfície terrestre, sendo encontrado em diversas substâncias orgânicas ou não. Para a vida humana, o elemento também é indispensável para aplicações industriais, técnicas químicas, produção agrícola e para as práticas médicas.

Entretanto, por mais que o oxigênio seja essencial para as intervenções clínicas no ambiente hospitalar, uma das principais causas de complicações no quadro de saúde dos pacientes internados é a hiperoxemia, acometimento gerador de hiperacidez no sangue, provocada pelo excesso de oxigênio administrado ao paciente.

Pensando nisso, o Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), vinculado a Universidade Estadual de Montes Claros, através da sua equipe de Fisioterapia, coordenada pela fisioterapeuta Marney Regina Ribeiro Lima Charritton, desenvolveu o projeto ‘Menos é Mais’, com o intuito de capacitar e conscientizar os profissionais de saúde do hospital, acompanhantes e familiares, sobre a disposição correta de oxigênio durante o período de internação do paciente.

“Para o paciente internado que necessita de oxigênio, a disposição correta desse gás medicinal é fundamental. Os níveis de saturação precisam ser observados caso a caso e a dispensação de oxigênio precisa ser calculada”, informa a coordenadora. 

Consumo consciente

A profusão de oxigênio não significa que o paciente respire bem. Um estudo orientado pela Sociedade Torácica Britânica (STB), chefiada pelo especialista em doenças respiratórias Ronan O’Driscoll, orientou que o oxigênio precisa ser entendido como um medicamento e, por sê-lo, deve ser administrado na dosagem correta, uma vez que o excesso de oxigênio danifica o tecido pulmonar, podendo provocar insuficiências respiratórias e, até mesmo, levar à morte.

Sob o prisma da eficiência do gasto público, o consumo orientado de oxigênio também é um fator econômico, pois otimiza o aproveitamento do gás, evita desperdícios e delonga o tempo de utilidade de um mesmo recipiente.

O projeto “Menos é Mais”, se orientará para a disseminação de informações e evidências para toda a equipe hospitalar, para falar sobre os efeitos negativos da superfluidez do oxigênio para o paciente, sobre os avanços e melhorias alcançados, sobre a evolução do trabalho desenvolvido no hospital e a respeito da responsabilidade para com o bem público. Para isso, a equipe de fisioterapia do HU Unimontes fomentará reuniões, mensagens eletrônicas, aulas, visitas aos leitos, materiais gráficos capazes de ilustrar os objetivos da ação e acompanhamentos das novas práticas de aplicação.

Resultados já foram alcançados.

O médico responsável pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto do HU – Unimontes, Dr. Paulo Fernando Aguiar, parabeniza a ideia do projeto e informa que a iniciativa beneficia o usuário, pois o protege dos danos provocados pelos altos níveis de oxigênio no sangue. Dentro disso, o médico manifesta que “o envolvimento de toda a equipe da UTI no processo garantiu a conscientização sobre o conceito de oxigênio aplicado na medida certa”.

“Notamos que, com a oferta de oxigênio de maneira ajustada às necessidades do paciente, reduzimos os níveis de atelectasia (colapsos nos pulmões, frequentemente identificados em pacientes que passaram por cirurgias), de vasoconstrição cerebral (cefaleias), entre outras situações que ocorrem numa UTI”, finalizou o Dr. Paulo Aguiar.

Na UTI Neonatal do HU Unimontes, responsável pela internação de recém-nascidos, os resultados também foram identificados. O médico e professor Dr. Maurício Marcelo Costa, avaliou que “a iniciativa da Fisioterapia, em promover o uso do oxigênio de forma racional buscando atingir alvos seguros de oxigenação, já começou a trazer seus primeiros resultados: lesões pulmonares e retinianas se tornaram menos frequentes e, quando ocorridas, menos graves.”

“A frase do dia é: vamos proteger os nossos bebês. Menos é mais!”, completou o médico. (Ascom Unimontes)