A fisioterapia como caminho para eliminar o sedentarismo (Parte 2) - Rede Gazeta de Comunicação
A fisioterapia como caminho para eliminar o sedentarismo (Parte 2)

CLAUDIO COTTER

Fisioterapeuta com pós-graduação em Medicina Psicossomática

Primeiro, o fisioterapeuta hoje é um profissional que tem uma visão totalmente focada no diagnóstico funcional da doença, o que já é uma mudança de paradigma, já que por anos os diagnósticos foram direcionados para entender as doenças enquanto entidades e não os processos que levavam às doenças. Esta abordagem funcional prioriza entender quais são os fatores que geram piora do quadro e abordá-los de forma segmentada. Um exemplo é a Fibromialgia, entendida como uma doença sem cura por muitos anos, que tem três aspectos que devem ser abordados: a dor itinerante (que é referida em várias partes diferentes do corpo mudando sua localização de tempos em tempos), a depressão e o sedentarismo. Entendendo que desenvolver a capacidade para praticar qualquer tipo de atividade física é uma solução que irá abranger os três aspectos da doença, o fisioterapeuta irá trabalhar com o paciente o aumento de sua capacidade adaptativa aos exercícios, evitando chegar à fadiga, mas apresentando ganhos sistemáticos. (Diversos estudos nos últimos anos tem demonstrado que exercícios físicos controlados são a melhor opção no tratamento de dores, depressão e sem dúvida no combate ao sedentarismo.)

Segundo, o próprio processo evolutivo do paciente e aumento de sua capacidade em lidar com a dor e depressão ou ansiedade são uma mudança de perspectiva por si só, possibilitando uma visão diferente sobre a doença, como uma consequência de fatores que de certa forma podemos aprender a controlar, mesmo que não completamente, dando forças para superar situações cada vez mais complexas, gerando assim maior resiliência dentro de uma rotina estressante.

A conclusão é que, seja presencialmente ou online, a fisioterapia se mune de diversos recursos para lidar com estes processos de dores crônicas associados a quadros emocionais, mudando a perspectiva sobre a doença e orientando para que os pacientes superem seus limites físicos, muitas vezes impostos por crenças de que uma artrose ou hérnia de disco seja um quadro limitante e que o destino seja a cirurgia, como se bloquear o movimento de uma articulação ou colocar uma prótese, fosse solução para suas dores (claro que em alguns casos a cirurgia é a melhor solução, mas para isso é importante que esgotemos todas as possibilidades de tratamentos conservadores, ou seja, não cirúrgicos). As vezes a percepção inicial pós cirurgia é que o problema foi resolvido, mas com o passar do tempo vem as compensações e o corpo cobra caro.

Permita-se superar seus limites, mude sua perspectiva sobre as doenças, entenda mais a fundo e mapeie os processos que agravam ou que melhoram os sintomas para abordá-los com mudanças em seus hábitos diários, aumente sua capacidade adaptativa física, mental e, consequentemente, aumente sua produtividade no trabalho e a qualidade na convivência familiar. Enfim, reverta um ciclo vicioso em um ciclo virtuoso de melhora sem esperar milagres, somente as consequências do que cultiva a cada dia na sua rotina.

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