Montes Claros entra no mapa de tecnologia aliada ao tratamento de câncer - Rede Gazeta de Comunicação

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Montes Claros entra no mapa de tecnologia aliada ao tratamento de câncer

Recentemente, foi instalada a primeira Touca Inglesa de Montes Claros. A tecnologia age para combater um dos principais e mais devastadores efeitos colaterais da quimioterapia: a queda de cabelos, que afeta principalmente as mulheres. A chegada deste equipamento é um marco, pois pacientes de toda região vão ter acesso à tecnologia presente nos principais centros de referência de tratamento de câncer nos Estados Unidos e Europa, como o hospital universitário do Texas – MD Anderson Câncer Center ou Johns Hopkins Hospital, que estão entre os considerados cinco melhores do mundo.

Enfrentar o tratamento é um grande desafio, e que pode ser ainda mais difícil quando pacientes apresentam quadros de baixa autoestima e depressão. Estudos revelam que a queda de cabelo é um dos efeitos colaterais mais traumatizantes da quimioterapia e causa danos que vão muito além do aspecto visual. As consequências são graves e até podem incidir na desistência do tratamento.

A modelo Lelly Cristie, de 27 anos, passou por dois grandes sustos ao ser diagnosticada com o câncer. O primeiro, obviamente, veio com o impacto da notícia e num segundo momento Lelly se deparou com a possibilidade de perder os cabelos durante o tratamento de quimioterapia que viria a fazer. “Uma das minhas maiores preocupações desde que fui diagnosticada era a quimioterapia. Eu tinha medo até de pensar. Quando ficou decidido que eu teria que fazê-la pra prevenir uma recidiva, corri logo para meu querido “Dr. Google” para ver se teria alguma forma para evitar ficar careca. A gente já sofre muito durante um diagnóstico e tratamento desses, pois cabelo é importante sim! Usei a touca em todas as minhas sessões e o mais incrível aconteceu. Isso mudou minha realidade, porque eu ficaria careca em duas semanas, e quem diria? Passei meu tratamento todo bem cabeluda e quem me via jamais pensava que eu estava a tratar”, relata Cristie.

Como funciona a Touca Inglesa

A touca, conectada a uma unidade de refrigeração, é colocada na cabeça do paciente cerca de 30 minutos antes e mantida em torno de uma hora e meia após a infusão das drogas, dependendo do protocolo adotado. O sistema resfria o couro cabeludo a uma temperatura em torno de 20°C. Com isso, diminui o fluxo sanguíneo nos folículos capilares e reduz a absorção dos fármacos na região.

A tecnologia de resfriamento do couro cabeludo vem sendo desenvolvida há décadas, e curiosamente já utilizou até mesmo melancias na cabeça de pacientes, nos primórdios dos estudos. Ao longo de mais de 20 anos de pesquisas com a Touca Inglesa, pacientes relataram a diminuição da alopecia a ponto de dispensar o uso de lenço ou peruca. A taxa de sucesso depende do tipo de medicação administrada, 50% para as mais fortes e até 92% nas menos agressivas e a sensação de frio foi tolerada por 98% dos pacientes. A terapia não é indicada para os tipos de câncer hematológicos ou para alguma alergia ao frio. Recentemente, a FDA expandiu o uso da Touca Inglesa para outros tipos de tumores sólidos.

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