Suíços apontam perda de 30 mil hectares na bacia do São Francisco - Rede Gazeta de Comunicação

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Suíços apontam perda de 30 mil hectares na bacia do São Francisco

A bacia hidrográfica do Rio São Francisco perdeu, em 35 anos, mais de 30 mil hectares de superfície com água, conforme alerta do Comitê da Bacia. As simulações de modelos climáticos indicam a possibilidade de uma redução das chuvas aproximada a 40%, ainda neste século. É o que mostra o estudo “Drought Assessment in the São Francisco River Basin Using Satellite-Basedand Ground-Based Indices” (Avaliação de Secas na Bacia do Rio São Francisco por meio de Índices Terrestres e de Satélite) publicado pelo periódico suíço Remote Sensig. O estudo, coordenado pelo professor Humberto Barbosa, contou com as contribuições dos pesquisadores Franklin Paredes-Trejo, Jason Giovannettone, T. V. Lakshmi Kumar, Manoj Kumar Thakur, Catarina de Oliveira Buriti e Carlos Uzcátegui-Briceño, e considerou os eventos de seca extrema em termos de frequência, duração, extensão, severidade e impactos, no fluxo do rio e na umidade do solo, no período de 1980 a 2020.

Foi analisado ainda um conjunto de indicadores (índices de precipitação, evapotranspiração, umidade do solo, severidade da seca no solo e em áreas subterrâneas), baseado em dados de satélites e informações coletadas in loco. A partir desses dados, o estudo concluiu que as secas se tornaram mais frequentes e de intensidade extrema na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco nas últimas décadas.

“Fizemos uma pesquisa, que resultou no estudo, na qual definimos uma metodologia inédita para avaliar o impacto das secas na dinâmica da umidade do solo na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Nos últimos anos, toda área do rio São Francisco vem enfrentando degradação com a mudança no uso e ocupação do solo, que inclui a conversão de terras para a agricultura, em detrimento da vegetação nativa”, explicou o pesquisador Humberto Barbosa, lembrando ainda que os períodos secos são relativamente comuns no rio São Francisco. “Apesar disso, há uma crescente preocupação sobre a capacidade desse rio responder a eventos de secas. Isso em razão da tendência dessas secas se tornarem mais frequentes e extremas, devido aos efeitos da mudança climática”, destacou.

Com maior prevalência na região do Baixo São Francisco, historicamente as grandes secas que afetaram o rio São Francisco também apontam condições crescentes nas demais áreas da bacia, caso verificado, segundo o estudo, no Alto e Médio São Francisco. Na avaliação de secas agrícolas e hidrológicas em toda a bacia do rio São Francisco, os pesquisadores evidenciaram uma tendência maior de ocorrerem secas, na área de drenagem que abrange desde a Bahia até Minas Gerais (regiões do Médio e Alto São Francisco). “Com a mudança climática, o aumento das temperaturas e das secas recorrentes, a tendência é de maior degradação dos solos, em áreas da bacia do rio São Francisco”, pontuou Barbosa. (GA)

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