O futuro da mão de obra na indústria brasileira (Parte 1) - Rede Gazeta de Comunicação

PUBLICIDADE

O futuro da mão de obra na indústria brasileira (Parte 1)

JUDENOR MARCHIORO

Conselheiro da Abimaq, vice-presidente regional da associação no Rio Grande do Sul e diretor executivo da empresa ROBOPAC

Há anos tenho uma grande preocupação com a mão de obra qualificada para todos os setores, mas principalmente para a indústria e, mais precisamente, a indústria metalmecânica. Tenho atuado em várias frentes, demonstrando a necessidade de projetos nessa direção. Para que tenhamos sucesso, é preciso o engajamento das universidades, das entidades, dos governos e das pessoas que querem trabalhar em funções mais qualificadas. O nosso setor em específico (setor de máquinas) é um dos que melhor remunera e, obviamente, é um dos que mais demanda qualificação. Lendo um artigo do Dep. Alexis Fonteyne, resolvi escrever este texto usando, inclusive, partes da publicação.

“Ensinar a pescar” é capacitar uma pessoa para um ofício, treinar, emergir no conhecimento, seja ele o tradicional repassado a um jovem aprendiz, o técnico, o científico, até o altamente especializado. Nossa força de trabalho no Brasil segue desqualificada, os incentivos para qualificação partem muito mais da iniciativa privada para atender à sua própria demanda, do que de uma política nacional estruturada de formação. Essa parte do artigo eu achei espetacular, mas vou além disso. Precisamos dar os instrumentos de pesca, ensinar a pescar e ainda mostrar os benefícios da pesca. As novas gerações, além dos instrumentos, precisam ser preparadas na teoria e na prática, mas necessitam entender os motivos ou objetivos pelos quais devem se sacrificar na preparação.

Cito como exemplo da minha tese a minha cidade de Bento Goncalves – RS, por eu viver aqui, claro, mas principalmente por conhecer todo o Brasil, reconheço que é uma das cidades mais espetaculares do país. Meu pleito aqui na cidade com o executivo é um projeto de qualificação geral da mão de obra, pois entendo que o turista bem atendido é o melhor plano de marketing que podemos fazer. Qualificar a mão de obra nos hotéis, restaurantes, vinícolas é retorno garantido dos turistas e, seguramente, pode despertar o interesse de outros turistas em conhecer a região e desfrutar do bom atendimento, que se torna sempre referência. Obviamente, nesse mesmo projeto, nessa mesma demanda, inclui-se a qualificação dos demais profissionais, seja da indústria, dos serviços, da saúde da segurança ou da educação. Minha proposta é a união do público com o privado para sermos mais fortes e termos maior velocidade na preparação e qualificação das pessoas. A qualificação não vem da escola convencional, essa é responsável pelo ensino básico. O que de fato precisamos promover são as escolas técnicas e as oportunidades de ingresso no mercado de trabalho, iniciando pelas miniacademias corporativas ou espaços trainee dentro das empresas. A cultura do desenvolvimento dentro das empresas precisa evoluir muito, é necessário ter sempre pessoas em desenvolvimento para as funções simples ou para as funções gerenciais e até diretorias. É espetacular quando se pode promover alguém internamente. Além do orgulho em proporcionar o crescimento, provavelmente será mais assertivo ter um gestor que conhece a empresa, a cultura e o time.

Em nossa empresa (Robopac Brasil), possuímos 150 funcionários muito bem qualificados conforme a necessidade da respectiva função, e somos incansáveis na preparação dos mesmos.

%d blogueiros gostam disto: