A maquininha eletrônica emite comprovante? - Rede Gazeta de Comunicação
A maquininha eletrônica emite comprovante?

JARBAS OLIVEIRA

Membro da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas, da Academia Montes-clarense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

Olá, meus amigos e caros leitores! Outro dia escrevi uma crônica onde relato uma viagem que fizemos a Arraial D’Ajuda, aproveitando um lapso de tempo causado pela prorrogação do prazo para a entrega de Declarações de Renda de 30 de abril para 31 de maio. Pois bem! Quando do nosso retorno, optamos por um caminho mais longo, porém mais tranquilo em relação ao trânsito, regressando por Vitória da Conquista, passando por Brumado e Caetité, cidades baianas, e complementamos pela BR 122, passando pelas cidades mineiras de Monte Azul, Espinosa, Mato Verde, Porteirinha, Janaúba e finalmente Montes Claros. Próximo à cidade de Mato Verde, vimos uma barraca de beira de estrada, com um monte de frutas de época. Estacionamos no acostamento, nos dirigimos à banca de frutas e fomos atendidos por um casal, morador rural logo ali de frente. Ana Maria negociou com o proprietário uma boa batelada de Pinhas, como na banca não continha a quantidade comprada, ele determinou à sua companheira que buscasse, em sua casa, outras unidades e uma caixa de papelão para acondicioná-las. Ana Maria efetuou o pagamento com uma nota de cem reais e recebeu o respectivo troco. Nesse momento, lembrei-me de uma propaganda que mostra uma situação semelhante. O comprador diz que não tem dinheiro em espécie e o vendedor saca de uma capanga pendurada, no pau de apoio da barraca, uma maquininha dessas portáteis, encontradas hoje em qualquer estabelecimento, por mais precário que seja, as quais, além de transferirem os recursos de uma conta para outra, emitem comprovantes da transação, no mesmo momento, tanto para o comprador quanto para o vendedor. E daí?

Daí, caros amigos e leitores! Vamos fazer uma analogia, cuja concordância ou não ficará a cargo de cada um. Estamos assistindo, diuturnamente, do Oiapoque ao Chuí, desde a disputa presidencial entre Aécio Neves e Dilma Rousseff, um debate a respeito da confiabilidade das Urnas Eletrônicas. O STE jura, “pela mãe dele”, que não existe nada mais seguro. Já lançaram até uma campanha para enfiar na cabeça do povo que a urna eletrônica é segura e não há porque se preocupar. Afirma também que o voto impresso é um retrocesso eleitoral que, caso venha acontecer, as eleições serão judicionalizadas. De outro lado, o Presidente da República, candidato à reeleição no ano de 2022, preconiza que se aprovado, pelo Congresso Federal, o estabelecimento da urna eletrônica passível de auditoria, ela será aplicada ou não haverá eleições. Fico cá a pensar: se o vendedor rural, de beira de estrada, é capaz de emitir um comprovante da venda que realiza, qual a dificuldade para se emitir o comprovante do voto do cidadão brasileiro, para, se necessário, servir a um processo de auditoria?

Vamos e convenhamos! Nem precisa ser especialista em informática para reconhecer que as urnas eletrônicas são vulneráveis a ataques de hackers. Ora, se até as máquinas da NASA já foram invadidas, quanto mais essas caixinhas eletrônicas. Meu Deus! Por que não realizar um plebiscito para saber qual é a vontade popular? Uai! Mas, se for utilizar a Urna Eletrônica sem comprovante, não vale.

É como diz o ditado: Nesse mato tem coelho!

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