Soberania tecnológica e necessidade de recursos para o agro (Parte 1) - Rede Gazeta de Comunicação
Soberania tecnológica e necessidade de recursos para o agro (Parte 1)

JOÃO CARLOS MARCHESAN

Administrador de empresas, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas

O Brasil tem uma das maiores e mais competentes indústrias de máquinas agrícolas do mundo, em condições de atender completamente o mercado interno e externo. Nas últimas décadas, inclusive, o agronegócio deu uma grande contribuição à economia brasileira. Registrou índices significativos de crescimento e sabemos que grande parte desse crescimento se deve a ganhos de produtividade, resultantes de inovações tecnológicas adaptadas ao solo e clima do Brasil e incorporadas pelos fabricantes de máquinas e implementos agrícolas.

Começamos 2021 com forte aquecimento no setor de máquinas e implementos agrícolas,  a forte demanda internacional por commodities agrícolas se traduziu  em aumento de encomendas para o setor. No primeiro quadrimestre desse ano, as vendas reais aumentaram em 63% e as vendas nominais em 103%, sendo que a expectativa de crescimento do setor em 2021 beira a casa dos 30%, o que não está sendo acompanhado pelo Plano Safra e condições de financiamento.

Esse ano embora o nosso setor estime um crescimento de 30% em relação a 2020 e o Plano Safra 2021/2022  destinou R$ 7,53 bilhões para o Moderfrota, a principal linha de financiamento para a aquisição de tratores, colheitadeiras e outros equipamentos agrícolas. O anúncio foi feito no dia 22 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A taxa de juros aumentou em relação ao Plano Safra anterior, de 7,5% ao ano para 8,5% ao ano. O prazo de pagamentos se manteve em sete anos, com 14 meses de carência.

Em 2020, para driblar a falta de recursos do Plano Safra, em março, o banco criou o Programa BNDES Crédito Rural, que não conta com subvenção do Tesouro. A linha opera com taxas próximas de 9% a 10% ao ano e prazo de até 15 anos. Até o dia 9 de junho, as aprovações da nova linha alcançaram o montante de R$ 3,5 bilhões, para 6,3 mil clientes.

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