ANA alerta sobre baixas vazões no rio São Francisco - Rede Gazeta de Comunicação
ANA alerta sobre baixas vazões no rio São Francisco

O superintendente de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional das Águas, Joaquim Gondim, apresentou os dados sobre as chuvas nos últimos anos e segundo ele, desde 2012 a bacia do São Francisco vem enfrentando, ano após ano, valores de precipitações abaixo das médias históricas, o que tem resultado em uma redução significativa das vazões afluentes nos reservatórios das hidrelétricas ali localizadas. “Isso levou os níveis de armazenamento aos mais baixos já registrados, colocando em risco o atendimento contínuo aos usos múltiplos das águas. Ficou evidente a necessidade da reformulação das condições de operações dos reservatórios já estabelecidas com o objetivo de, a longo prazo, aumentar a resiliência da bacia do São Francisco para enfrentamento do período de estiagens críticas”.

Ele participou da primeira videoconferência mensal do ano de 2021, em reunião que teve o objetivo de discutir as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco e contou com representantes de órgãos do Governo, de entidades, irrigantes, bem como usuários. Gondim explicou que por meio de um processo que contou com a participação dos órgãos gestores de recursos hídricos dos estados da bacia do São Francisco, foi emitida, em 4 de dezembro de 2017, a resolução ANA nº 2.081 que estabeleceu novas condições de operação do sistema hídrico do rio São Francisco, sistema esse compreendido pelo reservatório de Três Marias, Sobradinho, Itaparica, Moxotó, Complexo de Paulo Afonso e Xingó.

As condições de armazenamento eram críticas quando da publicação da resolução, as novas condições de operação entraram em vigor em 1º de maio de 2019 após a emissão de um comunicado por parte da ANA. “Essa é a nossa primeira reunião feita ao vivo pelo youtube e a intenção é aumentar ainda mais o acesso às informações e a transparência das ações”, explicou.

A primeira apresentação foi realizada pelo técnico do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) que mostrou por meio de gráficos o balanço dos últimos 30 dias. Na região da cabeceira choveu abaixo da média. A previsão média de vazão para os próximos 10 dias deverá aumentar, chegando a 863 m³/s, em Três Marias (MG).

Representante detalha condições hidrológicas do rio São Francisco

A representante do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luana Gomes, apresentou a avaliação das condições hidrológicas e de armazenamento na bacia do rio São Francisco. Os pontos apresentados foram sobre as usinas hidrelétricas da bacia do rio São Francisco, a operação dos principais reservatórios, previsão das condições hidrológicas e perspectivas para a operação da bacia do rio São Francisco até o final de janeiro de 2021. Segundo os dados apresentados, o reservatório da UHE Três Marias e da UHE Sobradinho estão, atualmente, com armazenamento verificado abaixo dos 60% de volume útil, posicionando-se na faixa de operação “Em Atenção”. Nessa faixa de operação, há restrições de defluências máximas médias mensais.

Em Sobradinho, as defluências médias consideram os usos consuntivos mais evaporação da água no trecho Sobradinho-Xingó, visando o armazenamento de Itaparica em valor maior ou igual a 30%. No horizonte das simulações, além de atender à política da UHE Xingó, considerou-se as defluências médias da UHE Sobradinho de 1.030 m³/s de 01/01/2021 a 01/03/2021.

Para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, é importante ressaltar que, do ponto de vista do sistema São Francisco, tudo está transcorrendo como foi planejado e conquistado desde 2013. “Efetivamente o que nos preocupa agora é a partir de janeiro. Conforme o desempenho nesse período úmido iremos ficar atentos em relação à interação com os outros subsistemas, principalmente do Sul, Sudeste e Centro-Oeste que se encontram em uma situação crítica. Não sei como se comportaram no período úmido, mas para nós passou a ser cada vez mais interessante e necessário não só o olhar dentro da nossa bacia, mas sobretudo a relação. A gente não pode trazer para a bacia do São Francisco os problemas que se desenrolaram durante a crise. Vou aguardar a análise da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico para poder me manifestar”, disse. (GA)

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