Radiojornalismo - Rede Gazeta de Comunicação

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Radiojornalismo

ISABEL LÔPO

Historiadora, atriz, cronista e acadêmica de jornalismo

Incorporando a situação da imprensa em tempos de corona vírus, a live realizada pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) com o jornalista Milton Jung (âncora do Jornal da CBN e do programa Mundo Corporativo), no dia 09 de junho de 2020, destaca as experiências e os desafios enfrentados pelo radiojornalismo na atualidade. E como estou vivendo imersa no mundo das lives, resolvi compartilhar um pouco desse conteúdo com vocês.

Jung afirma que a maior dificuldade é dos repórteres, que garantem o conteúdo e a apuração do programa. “Os que saem, por sua vez, se expõem a dois tipos de perigo: o de se contaminarem pelo vírus e o de serem agredidos pela ignorância. Neste momento de pandemia, ainda sofremos de um outro mal na sociedade brasileira, que é o fortalecimento de discursos extremistas e totalitários, que não aceitam o jornalismo profissional e a imprensa livre”, afirma o jornalista.

Com lucidez e objetividade, Milton reforça a importância do rádio (e do jornalismo) no contexto da crise sanitária que atinge o país e inicia sua fala discorrendo sobre a adaptação ao trabalho em casa e como o veículo radiofônico possibilita tal facilidade desde sempre. Em sua visão. As transmissões aéreas via helicóptero, aproxima o ouvinte dos jornalistas devido aos efeitos do ao vivo na construção da imagem na cabeça do ouvinte.

Devido a maior audiência do rádio ser durante os horários de pico também no trânsito, houve preocupação com a possível queda da audiência devido ao confinamento que tirou os carros e seus condutores de circulação, mas a indústria radiofônica foi surpreendida com o aumento da mesma devido à disputa por computadores em casa que pudessem atender toda a família.

Para sanar algumas das dúvidas dos espectadores daquela live, duas questões foram muito bem debatidas por Jung. A primeira foi sobre o posicionamento dos jornalistas que já sofrem as pressões naturais do indivíduo comum e por isso é necessário redobrar o esforço na apuração, inclusive em pesquisas destinadas ao mesmo núcleo, pois jornalistas tendem a sofrer pressões e ataques políticos e também do público que age igualmente, e agora trabalham fora da zona de conforto. Por isso é preciso entusiasmo e paixão pelo trabalho. A segunda questão, foi o questionamento do que é uma notícia boa e Jung rebate e devolve ao público tal questionamento: “notícia boa é a que atende suas expectativas e ideais ou aquela que é bem apurada com o objetivo de informá-lo e não o enganar? Com tantas tragédias, fica impossível não dar notícias ruins. Além disso, é muito importante buscar como fontes, profissionais que esclareçam assuntos negativos com maior delicadeza”.

Para o jornalista, no exercício do jornalismo sério não existe “fake news” que em sua tradução significa notícia falsa. “No jornalismo existe notícia incorreta e essa deve ser retratada com a máxima urgência”, afirma Jung.

E para finalizar a aula de rádio jornalismo presente naquela live, não poderia faltar os comentários sobre o posicionamento do público jovem em relação àquele veículo de comunicação e os efeitos do “podcast”. Para Jung, o jovem só não ouvi notícias pelo rádio porque ainda não precisou fazer, mas ainda vai precisar e o “podcast” não é um concorrente do rádio, ele é um produto do rádio que leva o jovem ao produto do rádio ao vivo.

Há mais ou menos cem anos, dava início ao processo de instalação do rádio como meio de comunicação massiva no Brasil. De lá pra cá, a comunicação radiofônica, que sem dúvida é a mais rápida e também incansável em suas reinvenções como, o microfone digital que melhorou significativamente o áudio via web, está ao alcance de todos, através do aparelho radiofônico, computador, celular, tablete e tvs smart. Portanto, viva, curta e compartilhe o rádio!

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