O deputado estadual Arlen Santiago, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizou uma audiência pública no dia 6 de novembro para discutir o aumento dos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em Minas Gerais. O evento, que aconteceu no Auditório do Palácio da Inconfidência, em Belo Horizonte, teve como objetivo analisar as causas do crescimento alarmante da doença e discutir estratégias para melhorar o atendimento, a prevenção e o tratamento do AVC no estado.
A audiência foi motivada pelo Dia Mundial do AVC (29 de outubro) e contou com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Saúde, do CAO-Saúde, da Associação Mineira do AVC, da Associação AVC Norte de Minas, da Federação das Santas Casas de Hospitais Filantrópicos e do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Arlen Santiago ressaltou o impacto do AVC na saúde pública, destacando que a doença tem provocado graves sequelas físicas nos pacientes e afetado a vida social e econômica das famílias. Ele também enfatizou a necessidade de políticas públicas eficazes para a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento da doença, além da urgência em atualizar a tabela de procedimentos do SUS, que, segundo ele, não acompanha a evolução dos tratamentos e os custos reais dos procedimentos médicos.
O AVC é a segunda principal causa de morte no Brasil e uma das maiores responsáveis por incapacidades permanentes, principalmente entre idosos. Dados recentes, no entanto, apontam que a doença também tem afetado pessoas mais jovens, com 10% dos casos ocorrendo em pacientes com menos de 55 anos. Durante a audiência, foi reforçada a importância do tratamento precoce para minimizar as sequelas. A trombectomia mecânica, um dos tratamentos mais eficazes, foi destacada, mas também foi apontado por Marcílio Catarino, presidente da Associação AVC Norte de Minas, que a defasagem nos valores do SUS (que cobre apenas R$ 18 mil de um procedimento que custa R$ 33 mil) tem dificultado sua aplicação nas unidades de saúde pública.
A audiência também abordou a importância de uma rede de apoio para os pacientes e suas famílias. Sandra Gonçalves, presidente da Associação Mineira do AVC, compartilhou sua experiência pessoal de cuidado com o marido, vítima de AVC, e falou sobre os desafios enfrentados por familiares. A Associação Mineira do AVC criou a Casa do AVCista em Lagoa Santa, que oferece apoio emocional e psicológico aos pacientes e seus familiares durante o processo de reabilitação.
Letícia Freitas, coordenadora de Gestão de Cuidados Intensivos da Secretaria de Estado de Saúde, apresentou as ações do governo estadual para enfrentar a doença, destacando o aumento no número de hospitais habilitados para o atendimento de AVC, que passou de seis para 17 unidades. Ela também mencionou que, embora a mortalidade hospitalar tenha diminuído nos últimos anos, ainda há desafios significativos a serem superados.
Arlen Santiago concluiu a audiência reafirmando seu compromisso com a melhoria do atendimento aos pacientes com AVC e com a aprovação de projetos como o PL 179/19, que visa criar a Política Estadual de Apoio às Vítimas de AVC. Durante a audiência, ele também apresentou o requerimento 11170/2024, pedindo que esse projeto seja apreciado com urgência. O Deputado destacou a necessidade de mais investimentos em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz para reduzir o impacto do AVC na vida dos mineiros.
