Os católicos se agruparam nas grades em frente à entrada principal da Catedral Metropolitana de Montes Claros, no final da tarde de domingo (14), para assistir a missa celebrada pelo padre Lauro, depois de realizarem a reza do Terço, para pedir ao arcebispo dom João Justino que abra as igrejas. O líder do movimento é o músico Lucilio Ribeiro Neves Júnior e sua esposa, Daniele Santos Ribeiro, que fizeram a mobilização pela rede social. Eles alegam que tomaram a iniciativa depois de receberem vídeo onde o governador Romeu Zema alega que não existe nenhuma proibição para a abertura dos templos religiosos. Por meia hora, mais de 100 católicos fizeram as orações, em ato inédito na história de Montes Claros.
As fiéis Maria Cecilia Moreira e Maria Inês Santana, da Paróquia Rosa Mística, levaram cartazes onde alertava que a igreja era o local mais seguro e segue as normas sanitárias para proteger os seus fieis e outra se queixando que os fieis estão abandonados e tem direito aos sacramentos, como confissões e comunhão e por isso, a necessidade de ter missa. Os coordenadores do movimento distribuíram a carta aos presidentes das Conferencias Episcopais da Igreja Católica sobre a celebração da liturgia durante e após a pandemia da Covid-19, assinada pelo cardeal Robert Sarah afirma que o Papa Francisco aprovou esta carta e ordenou a sua publicação, que determina que os padres não se sujeitem as normas das autoridades sanitárias.
Na correspondência encaminhada ao arcebispo dom João Justino de Medeiros Silva, os católicos afirmam que “vimos com humildade implorar o retorno das missas presenciais em Montes Claros. Sabemos da situação de pandemia em que se encontram o país e Minas e, como fiéis católicos, nós acreditamos que é nesse momento que devemos intensificar as orações, penitências e a recepção dos sacramentos. Sabemos que o pão eucarístico vale mais do que qualquer alimento e que a missa é mais essencial do que qualquer outro evento. Desejamos que V. Exa. considere o retorno das missas presenciais lembrando os cuidados necessários de distanciamento social e, talvez, aumentando os horários de celebração, para que possamos participar com todo o cuidado necessário com nossos irmãos”.
Salienta ainda que “como fiéis, somos o seu rebanho e confiamos na Santa Madre Igreja católica para oferecer o remédio espiritual para nosso tempo de pouca fé. Não temos medo de morrer. Temos medo de morrer distante do Cristo Eucarístico e dos sacramentos. Somos seu rebanho e exército de fiéis, prontos para ajudá-lo no que for necessário, para que a força e santidade da Santa Madre Igreja seja uma luz nestes tempos sombrios e de desesperança. Confiantes na benevolência de V. Exa. para com este nosso pedido filial, despedimo-nos, rogando a sua bênção. “Mantenha-se sempre do lado da Igreja Católica, porque só ela pode lhe dar paz verdadeira, posto que só ela possui Jesus no Santíssimo Sacramento, o verdadeiro Príncipe da Paz – São Pio de Pietrelcina”. (GA)
