Brasil faz 4 campeões mundiais em Kobe nesta segunda-feira, 20, e fica a 2 ouros de igualar Paris 2023 - Rede Gazeta de Comunicação
Brasil faz 4 campeões mundiais em Kobe nesta segunda-feira, 20, e fica a 2 ouros de igualar Paris 2023

Com vitórias de Júlio Agripino, nos 5000m da classe T11 (deficiência visual), Beth Gomes, no lançamento de disco F53 (que competem sentados), Rayane Soares, nos 200m T13 (deficiência visual) e Claudiney Batista, no lançamento de disco F56 (que também competem sentados), país chegou a 12 pódios dourados no Mundial que acontece no Japão até 25 de maio

A 100 dias da abertura dos Jogos Paralímpicos de Paris, o Brasil igualou o desempenho que teve no primeiro dia do Mundial de atletismo em Kobe, no Japão, e contou com quatro atletas no lugar mais alto do pódio na manhã desta segunda-feira (no Brasil), 20: Júlio Agripino, nos 5000m da classe T11 (deficiência visual), Beth Gomes, no lançamento de disco F53 (que competem sentados), Rayane Soares, nos 200m T13 (deficiência visual) e Claudiney Batista, no lançamento de disco F56 (que também competem sentados).

Com isso, a Seleção Brasileira de atletismo está a somente duas medalhas de ouro de repetir os pódios dourados que registrou no Mundial de Paris, no ano passado. E já na segunda-feira à noite (no Brasil), o Brasil pode alcançar essa meta, já que a baiana Raissa Machado, no lançamento de dardo F56, e a paranaense Aline Rocha, nos 1.500m T54 (que competem em cadeira de rodas), fazem final direta.

No quadro geral de medalhas, os brasileiros também continuam medindo forças com os chineses pelos ouros em Kobe. O país está na segunda colocação, com 12 ouros, cinco pratas e três bronzes, enquanto os asiáticos somam um ouro a mais, além de nove pratas e 11 bronzes.

A noite no Japão (manhã no Brasil) registrou dois ouros brasileiros. O último foi da maranhense Rayane Soares, que completou a prova com seu melhor tempo da temporada nos 200m T13 (24s89).

Foi o primeiro título mundial nesta prova da atleta, que nasceu com baixa visão por conta de microftalmia bilateral congênita. Antes, havia conquistado bronze nos 400m em Paris 2023, além do ouro nos 400m e prata nos 200m em Dubai 2019.

“Treinei para isso. Estava fazendo tempos muito fortes nos treinos, estava melhorando cada vez mais. Então, a nossa expectativa era muito alta. Eu estava muito confiante e consegui. Tem adrenalina, ansiedade e pensamentos negativos, mas eu consegui ter controle e vencer a prova”, afirmou Rayane, que ainda vai correr os 400m às 22h55 (de Brasília) da próxima quinta-feira, 23.

Antes dela, a paulista Beth Gomes confirmou seu favoritismo na sua prova principal, o lançamento de disco F53, e conquistou o tricampeonato mundial com a marca de 17,22m.

A distância foi um pouco menor do que o seu recorde mundial na mesma disputa, de 17,80m, feito no Parapan de Santiago 2023.

“Esse título significa muito, minha resiliência e minha vontade de viver. Toda vez que acordo, eu sei que a esclerose múltipla não me venceu. Então, é uma realização esse tricampeonato. Estou muito feliz e gostaria de agradecer a todos que me apoiam”, afirmou.

Beth já havia conquistado uma prata no arremesso de peso pela manhã do Japão (noite de domingo no Brasil) na prova agrupada das classes F53/F54. A atleta de Santos, que é da classe F53, fez 7,53m e terminou na segunda posição. Ela só foi superada pela mexicana Gloria Guadarrama, da F54, com 8,04m. A uzbeque Nurkhon Kurbanova (F54) terminou na terceira colocação, com 7,48m.

A paulista Verônica Hipólito levou a última medalha brasileira do dia em Kobe. A atleta da classe T36 (paralisados cerebrais) completou os 100m em 14s35 e assegurou o bronze. A vencedora da prova foi a chinesa Yiting Shi, com 13s35, o novo recorde mundial da disputa.

Essa foi a terceira medalha em Mundiais de Verônica – foi também ouro nos 200m e prata nos 100m em Lyon 2013. “Tem ouro que é ouro. Mas tem bronze que também é ouro. Tenho certeza de que esse terceiro lugar é muito importante para mim. Eu cheguei a questionar muitas coisas, o porquê eu ainda continuaria correndo. Tenho uma família e um treinador maravilhosos. Para mim, é um ouro”, desabafou. 

O mineiro Claudiney Batista foi outro medalhista dourado do país no dia. Ele manteve a sua hegemonia desde Dubai 2019 no lançamento de disco pela classe F56 (que competem sentados) e conquistou o seu tricampeonato. Venceu ao atingir a distância de 45,14m, sua melhor marca na temporada e também o recorde da competição. Foi também a sétima medalha do lançador mineiro em Mundiais de atletismo, sendo três ouros, duas pratas e dois bronzes.

Já o primeiro ouro do dia no Japão foi de Júlio Agripino nos 1.500m T11. A vitória do fundista paulista foi obtida em 4min02s23. Foi a segunda medalha dele em Kobe após a prata nos 5.000m T11.

Ainda na noite deste domingo, 19, a capixaba Lorraine Aguiar e a rondoniense Ketyla Teodoro passaram para a final dos 400m T12, com os tempos de 59s26 e 1min00s50, respectivamente. A final será às 6h10 (de Brasília) desta terça-feira, 21. 

O Mundial no Japão acontece no mesmo ano dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 após o Comitê Organizador Local (LOC, na sigla em inglês) solicitar ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês) o adiamento do Mundial, que seria em 2021, devido à pandemia de coronavírus. Com isso, a cidade japonesa sediará o evento de atletismo no ano posterior ao Mundial de Paris 2023, quando o Brasil teve seu melhor desempenho na história em Mundiais. Foram 47 medalhas no total, sendo 14 ouros, 13 pratas e 20 bronzes.

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