A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) procura por 48 criminosos que receberam o benefício da saída temporária e não retornaram à prisão. Neste domingo (7), a corporação iniciou a Operação Escudo — que trabalha na recaptura desses foragidos da Justiça.

A Operação foi impulsionada pela morte do sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, baleado durante uma perseguição a dois suspeitos, na noite da última sexta-feira (5), no bairro Novo Aarão Reis, Região Norte de Belo Horizonte.

Segundo a porta-voz da Polícia Militar, major Layla Brunella, o homem que atirou contra o militar é Welbert de Souza Fernandes. Ele deveria ter retornado para a prisão no dia 23 de dezembro do ano passado. Havia mandado de prisão expedido contra ele, que estava em saída temporária.

Ainda de acordo com a PM, Welbert tem 18 registros policiais. Já o segundo envolvido na ocorrência, Geovanni Faria de Carvalho, tem 15 registros, dois por homicídio, e também estava de saída temporária.

Recapturados

Entre domingo (7) e segunda-feira (8), 25 foragidos foram recapturados em várias cidades de Minas Gerais, como Contagem, Betim, Governador Valadares, Muriaé, Poços de Caldas, Uberaba e Teófilo Otoni.

Segundo o diretor de Operações da Polícia Militar, coronel Flávio Godinho, dos mais de 4 mil beneficiários, 118 presos não retornaram em todo o estado. Desses, 45 já haviam sido recapturados antes mesmo do início da operação. Outros 25 foram encontrados após a força-tarefa das forças de segurança pública.

“Dos 48 presos que ainda faltam ser encontrados, cinco são de alta periculosidade. São presos que fazem parte de facções criminosas envolvidos no tráfico internacional de drogas, explosão de caixa eletrônico, roubo e porte de armas”, explicou o coronel.

O que é a saída temporária

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP-MG), a saída temporária é um benefício concedido por lei, aplicado pela Justiça a um determinado perfil de preso, e consiste em 35 dias divididos em cinco saídas de sete dias ao longo do ano, em datas consideradas favoráveis à ressocialização.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que durante o período de saídas de Natal e Ano Novo, cerca de 4 mil presos em ressocialização foram beneficiados.

“A saída temporária é um benefício do preso, previsto na Lei de Execuções Penais (LEP), que, mediante solicitação, é analisado e autorizado pelo juiz aos detentos do regime semiaberto para casos específicos, inclusive no Natal. Essas saídas têm o prazo máximo de sete dias”, informou o TJ em nota.