Gregório José

Jornalista/Radialista/Filósofo

O envelhecimento da população, um fenômeno presente em vários países, principalmente na Europa, é uma tendência que gera implicações profundas. À medida que casais optam por ter menos filhos e as melhorias na qualidade de vida e saúde aumentam a longevidade, vemos uma população cada vez mais idosa e uma proporção menor de jovens.

A população europeia de pessoas com mais de 65 anos superará a de menos de 15 anos, já a partir de 2024. Para a Organização Mundial da Saúde, OMS, a nova realidade é seguida por desafios sociais, econômicos e de saúde, requerendo a adoção de hábitos saudáveis para mitigar o impacto do envelhecimento da população.

O documento cita Portugal por promover a saúde dos idosos através dos clubes incentivando a boa forma através do Projeto “Atividade para Envelhecimento Saudável.”

Relatório da OMS destaca haver várias oportunidades para definir políticas para aumentar a esperança de vida saudável. Os participantes na iniciativa têm idades entre 55 e 65 anos. Eles praticam exercícios regulares em sessões experimentais de forma supervisionada e estruturada para seis semanas.

Cerca de 29% dos idosos portugueses têm um estilo de vida sedentário, com mais de nove horas de inatividade física. Entre os perigos estão o aumento da depressão, das limitações físicas, da má percepção do sentido de vida ou ainda o menor apoio social e a perda de memória que estão associados a estes problemas.

Comparando ao Brasil e analisando dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira com 65 anos ou mais representava 10,5% do total em 2022, conforme a Pesquisa do PNAD Contínua. Esse número revela um aumento em relação a uma década atrás, quando o percentual era de 7,7%.

O estudo aponta que houve um crescimento na proporção da população adulta entre 30 e 64 anos, passando de 42,4% em 2012 para 46,1%. A parcela da população mais jovem apresentou uma diminuição. Os indivíduos com menos de 18 anos recuaram de 29% em 2012 para 24,6% em 2022.

A região Norte tinha a maior concentração dos grupos de idade mais jovens. Cerca de 30,7% da sua população tinham menos de 18 anos. O Nordeste (27,3%). Ambos tiveram a maior redução da população com essa faixa etária quando comparados às demais regiões. Já as pessoas com 60 anos ou mais estão mais concentradas no Sudeste (16,6%) e no Sul (16,2%).

A OMS liga o envelhecimento saudável à atividade física e à qualidade da dieta. Entre os benefícios estão a prevenção de doenças crônicas, como as cardiovasculares, os cânceres, as diabetes, a demência e questões de saúde mental.

Isso tem implicações significativas em diversas áreas. Economicamente, há uma pressão crescente sobre os sistemas de previdência social e aposentadoria, forçando governos a repensar suas políticas. A demanda por cuidados de saúde também aumenta com o envelhecimento da população, e isso requer investimentos em infraestrutura de saúde e treinamento de profissionais.

Isto é um fenômeno complexo que exige adaptação em vários níveis, incluindo políticas de previdência, cuidados de saúde, emprego e inovação. Também destaca a importância de encontrar um equilíbrio entre a busca de conquistas pessoais e profissionais e o reconhecimento do impacto das decisões de vida na dinâmica demográfica e social.