Vereador mantém na Justiça acusações contra as empresas de transporte coletivo - Rede Gazeta de Comunicação

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Vereador mantém na Justiça acusações contra as empresas de transporte coletivo

GIRLENO ALENCAR

Na primeira audiência judicial do processo em que é acusado de “crime contra a honra” pelas empresas que integram o consórcio Mocbus que explora o serviço de transporte público em Montes Claros, o vereador Rodrigo Cadeirante reafirmou tudo o que havia dito contra as concessionárias. Ele levou o assunto à reunião ordinária da Câmara Municipal de terça-feira (20), reforçando seu descontentamento com a forma como os ônibus que prestam o transporte coletivo de passageiros operam na cidade. “Eu não me rendo e não me vendo. No Brasil, vivemos uma situação inusitada, em que só falta o ‘poste urinar no cachorro’”, gracejou, se referindo ao fato de o processo ter sido movido justamente por quem deveria ser processado, por cometer crimes contra a população – uma inversão de valores, na avaliação do vereador. O vereador tem imunidade quando discursa em sessão oficial.

“Se acharam no direito de me processar criminalmente porque usei a Tribuna para denunciar absurdos cometidos por eles”, protestou. Rodrigo Cadeirante acusa as empresas de castigarem os usuários e seus funcionários, que não receberam ainda o 13º salário referente a 2021 e, no caso das mulheres, são submetidos a tratamento degradante.

“Reafirmei diante do juiz e dos advogados da Mocbus tudo que venho repetindo. Eu não me curvo diante do dinheiro e do poder dessa gente. Esses covardes ficaram ofendidos porque usei a palavra criminoso para me referir a eles. Reafirmo o que disse”, reiterou o parlamentar.

Rodrigo relatou uma das situações já denunciadas pelos representantes dos trabalhadores, em recente audiência pública. As mulheres cobradoras precisam, ao final do trajeto, pedir ao motorista para parar próximo a um lote vago para que elas possam fazer suas necessidades fisiológicas.

Outra distorção apontada pelo vereador diz respeito ao excesso de funções exercidas pelos motoristas, obrigados a cobrar a passagem, embarcar e desembarcar portadores de deficiências, além de ter que prestar atenção no trânsito. “Não me surpreenderei se eles forem obrigados a lavar os veículos”, disse. O vereador relembrou outros problemas, como a falta de ônibus, os atrasos constantes, os defeitos nos elevadores, comprometendo o acesso de cadeirantes; e o mau funcionamento do Transpecial – opção de transporte voltado para as pessoas com restrições de locomoção. Tudo isso, protestou, mesmo com o valor da tarifa tendo sido recentemente reajustado para R$ 4,00 “Pensaram que iam me calar. Repito: enquanto tem bambu, tem flecha”, desafiou.