Diesel registra elevação de 95% desde o início de 2019, segundo levantamento - Rede Gazeta de Comunicação

Diesel registra elevação de 95% desde o início de 2019, segundo levantamento

Gasolina sobe 116% e PECs tramitam no Congresso com o objetivo de zerar cobranças sobre impostos até 2023

Os combustíveis estão entre os principais assuntos, desde o ano passado, e estão cada vez mais presente nas pautas de economia e política. Em 2021, segundo dados do IBGE, houve alta de 47% no preço da gasolina, 62% no etanol e 47% para o diesel em seus preços nas bombas.

O preço da gasolina e o gás de cozinha registrou alta de cinco vezes o valor da inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desde o início do governo Bolsonaro. O  diesel subiu quatro vezes, segundo levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) seção Fup (Federação Única dos Petroleiros).

O governo Bolsonaro manteve a política de paridade de importação (PPI), mas desde janeiro de 2019, a gasolina, por exemplo, teve um reajuste de 116%, ante uma inflação de 20,6% no período. O gás de cozinha registrou alta de 100,1% %, e o diesel, de 95,5%, de acordo com dados da Petrobras analisados pelo Dieese.

Com o intuito de reduzir o impacto do preço dos combustíveis na inflação, o governo aposta nas PECs em tramitação no Congresso. O Senado pautou para amanhã, a votação de três projetos de lei que tentam reduzir o preço dos combustíveis. Um dos projetos, o de queda dos impostos, outro na mudança da política da Petrobras e a criação de um fundo de estabilização. Um terceiro projeto cria subsídio do governo federal para bancar tarifa gratuita aos idosos no transporte urbano.

Segundo o economista do Dieese/Fup, Cloviomar Cararine, os combustíveis no Brasil deverão permanecer como uma das principais fontes de pressão inflacionária este ano. A classe política tem buscado alternativas para reduzir os preços dos combustíveis praticados pela Petrobras, e o assunto tem papel importante nas eleições presidenciais deste ano.

“Com as tensões na Ucrânia e ondas de frio nos países do Hemisfério Norte, que elevam o consumo de petróleo, os preços do óleo no mercado internacional deverão subir ainda mais, podendo superar US$ 100 por barril”, prevê Cararine.

Mas Independente da aprovação de projetos no Legislativo, especialistas acreditam na valorização dos combustíveis para o primeiro semestre de 2022, com impactos vindos do exterior, como restrições impostas pela Covid-19 e redução na oferta de petróleo como estratégia de mercado; além da pressão do mercado sob os preços.

“Um dos principais fatores que tende a resultar no aumento do custo do petróleo é a desvalorização cambial do real frente ao dólar, cuja volatilidade tende a ser ainda maior diante das incertezas experimentadas em anos eleitorais, além de demais instabilidades políticas observadas nos últimos meses”.

Diminuir o imposto nos combustíveis é positivo para a economia?

Para o economista e pesquisador do Centro de Estudos do Agronegócio da FGV, Felipe Serigatti, com a alta do petróleo, as cotações dos combustíveis são um tema que causa incômodo em diversas sociedades pelo mundo e não só no Brasil.

“Diversas sociedades têm buscado estratégias para evitar os efeitos adversos causados pela alta dos combustíveis. No entanto, o sucesso dessas medidas são bastante questionáveis e de duração muito breve. O raio de ação das autoridades públicas é muito limitado. Na melhor das hipóteses, gerando ganhos mínimos de curto prazo e em troca de incerteza e passivo fiscal significativos no médio prazo”, destaca Serigatti.

Além disso, a tentativa de reduzir preços via PEC apresenta um risco para a economia já que a redução representa uma queda considerável nas receitas dos estados e do governo federal.

 “Certamente, haverá perda de arrecadação que exigirá uma reorganização do orçamento público da União e das Unidades da Federação que optarem pela redução de algum tributo”, finaliza o economista. (COMPRE RURAL)

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