Mercado imobiliário diversifica produtos e vive um boom em plena pandemia, analisa especialista - Rede Gazeta de Comunicação

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Mercado imobiliário diversifica produtos e vive um boom em plena pandemia, analisa especialista

A pandemia do novo coronavírus tem afetado negativamente muitos segmentos econômicos, mas alguns setores, como o mercado imobiliário, não têm do que reclamar. Os dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) não dão margem à dúvida sobre o ‘boom’ imobiliário. Após aumentar 57,5% em 2020, o financiamento imobiliário bateu recorde no 1º trimestre de 2021, com crescimento de 113% em comparação ao mesmo período de 2020.

“A queda nos juros, aliada à oferta de crédito e ao desejo do consumidor de dispor de mais conforto e espaço nesse período de isolamento social aqueceram o segmento imobiliário”, afirma José Maurício Caldeira. Para se ter um termômetro desse movimento, entre setembro de 2020 e fevereiro deste ano, a quantidade de imóveis novos vendidos cresceu, em média, 14,2% em relação ao período de setembro de 2019 e fevereiro de 2020. Já as vendas de imóveis entre R$ 900 mil e R$ 1,5 milhão e acima de R$ 1,5 milhão tiveram os avanços mais significativos. Cresceram o dobro da média do mercado, com altas de 32,1% e de 31,3%, respectivamente, segundo dados do maior sindicato do mercado imobiliário da América Latina.

“Um alinhamento favorável de fatores, como a menor taxa de juros da história, contribui para esse crescimento”, avalia José Maurício Caldeira. Mesmo após a recente elevação da Selic, ela ainda está em um patamar competitivo, de 3,5%. Soma-se a isso uma significativa disponibilidade de crédito. Em 2020, o financiamento para imóveis cresceu 57%, resultando em R$ 123, 97 bilhões disponíveis no mercado.

E, por fim, é preciso contabilizar a revalorização do papel da moradia, resultado da pandemia, e completou o fenômeno que levou a um ‘boom’ no segmento. O isolamento provocado pelo distanciamento social necessário para prevenir o contágio da Covid-19 provou que há novas possibilidades de trabalho, por meio do home office. “A necessidade de viver em um grande centro urbano perde importância para dar lugar à qualidade de vida, em meio um espaço planejado parar morar com conforto e conectado ao mundo via internet” observa José Maurício Caldeira.

Nesta nova perspectiva sobre moradia e trabalho, o comprador em potencial avalia que muitas vezes a prestação do financiamento é menor do que o valor do aluguel. Com isso, os brasileiros aumentaram em dez vezes a procura por um imóvel, na comparação entre março de 2021 e de 2020, de acordo com levantamentos.

Quatro em cada dez brasileiros afirmaram que sua busca por uma nova casa aumentou, segundo o estudo feito com 2.224 usuários dos sites. Em março de 2020, a proporção era quatro em cada cem. Mas a corrida é mais intensa, sobretudo, para compra de imóveis de alto padrão. Privados de viagens internacionais e submetidos ao home office, os mais ricos buscam moradias maiores, trocam apartamentos por casas e coberturas em bairros nobres e em condomínios nos arredores da capital paulista. O mesmo movimento ocorre em relação a cidades do interior e capitais menos populosas e com mais qualidade de vida.