GREGÓRIO JOSÉ
Jornalista/ radialista/ filósofo e pós-graduado em Gestão Escolar com MBA em Gestão Pública
A cada quatro anos, desta vez foram cinco, paramos horas em frente ao televisor, acompanhamos pelo celular, tablet, notebook jogos, disputas e entrevistas sobre os atletas que defendem nosso País. Muitos residem no exterior há anos.
Vamos passar, com toda certeza, das 19 medalhas conquistadas em 2016 no Rio de Janeiro. Éramos anfitriões, disputamos tudo que podíamos e fomos vencedores com estádios milionários, centros, hotéis e muito mais. Foi bom, mas agora, será melhor, investimos parte de nossos impostos em uma pequena parcela para os esportes.
Mas, é nas paralimpíadas que nos damos bem. Em 2012 ganhamos 43, sendo 21 de ouro, 14 de prata e oito de bronze. No Rio (2016) ganhamos 72 delas: 14 ouro, 29 prata e 29 bronze.
No entanto, entre 24 de agosto e 5 de setembro de 2021 não teremos a mesma vontade de olhar para a televisão e vermos nossas conquistas.
Quem representa nosso nome, nossa bandeira e nosso País são deficientes. Mas, apenas aos nossos olhos preconceituosos.
Das 22 modalidades em disputa o Brasil terá representante em 20 delas. Só estaremos em quadra ou campo em basquete e rúgbi em cadeira de rodas.
Vamos esquecer a pandemia. Vamos ignorar nossa vontade de corpos perfeitos e viris, homens e mulheres deuses do Olimpo. Os que, realmente nos defendem, são os vencedores paralímpicos.
Uma das maiores conquistas brasileiras, além das medalhas, é a destreza, dinamismo e vontade de oferecer o melhor ao nosso País, como o professor Alberto Martins da Costa, diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro. Vencedor, sério e um mineiro, de Uberlândia. Alguém que viu mais do que pessoas com Deficiência (PCD), enxergou vencedores!
