A falta de produção de uma vacina contra a Covid-19 em Minas voltou a ser criticada por parlamentares na tribuna do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), durante Reunião Ordinária na quarta-feira (3/2). Os deputados questionam falhas nas negociações com a chinesa Sinopharm para fabricação local das vacinas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).
Para o deputado Repórter Rafael Martins (PSD), a questão é tão importante que deve ser tratada todos os dias no Parlamento. Ele citou pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que aponta a morte de 48% dos pacientes de Covid que ingressam em Unidades de Tratamento Intensivo. “Precisamos das vacinas. Minas está tratando o assunto de forma fria”, afirmou, usando como contraponto iniciativas do Paraná e da Bahia para fabricação ou aquisição dos imunizantes.
O deputado Celinho Sinttrocel (PCdoB) também pediu que o governo use o conhecimento da Funed para a produção de uma vacina em Minas, a exemplo do que estão fazendo a Fiocruz e o Butantan, no Rio de Janeiro e em São Paulo. “Minas perdeu essa chance e estamos num ritmo de vacinação muito lento. Poderíamos ter autonomia na produção e ganharíamos em logística. Atualmente apenas 0,8% da população foi vacinada. Nesse ritmo levaremos 2.138 dias pra vacinar toda a população mineira”, afirmou.
Da mesma forma, o deputado Cleitinho Azevedo (Cidadania) disse que a única maneira de normalizar a economia do Estado e ajudar os municípios é vacinando toda a população o mais rapidamente possível. “A Vale deve indenizar o Estado, não faz mais que sua obrigação. Que esse recurso seja utilizado para concluir nossos hospitais regionais. Quanta falta eles estão fazendo agora. Se estivessem prontos, não faltariam leitos, não teríamos mortes por falta de vagas”, afirmou, em referência a acordo entre a mineradora e o governo mineiro que prevê indenizações relativas ao rompimento da barragem da Vale em Brumadinho.
O parlamentar usou seu pronunciamento para criticar também o novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), por “fazer festa” enquanto os brasileiros sofrem com a Covid-19 e o desemprego. “Este País é injusto”, completou.
Exames – Ainda sobre a Covid-19, o deputado Doutor Jean Freire (PT) citou a primeira morte de uma criança por Covid-19 em Belo Horizonte e afirmou que a segunda onda da doença está ainda mais cruel. Médico da linha de frente no combate à pandemia no Vale do Jequitinhonha, ele cobrou soluções para que a universidade federal da região volte a realizar os testes como no início da pandemia, com resultados no mesmo dia.
“Agora, por falta de insumos na Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, temos que aguardar até 15 dias para saber o resultado de um exame. Isso dificulta a acomodação dos pacientes nas vagas de tratamento intensivo”, justificou.
Blocos dão partida aos trabalhos nas comissões
Já o deputado Gil Pereira (PSD) celebrou a eleição do senador mineiro Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a presidência do Senado, depois de 44 anos sem representantes de Minas na condução daquela Casa. Gil Pereira disse esperar benefícios para o Estado e citou demandas que teria repassado pessoalmente a Pacheco.
Três barragens no Norte de Minas foram citadas pelo parlamentar: a de Jequitaí, que vai alimentar o Rio São Francisco e gerar, segundo ele, 100 mil empregos na irrigação; a de Itacarambira, para reforçar o abastecimento; e a de Taiobeiras, parada há 30 anos. Gil Pereira também levou demandas relacionadas ao aumento das linhas de transmissão para atender à geração de energia renovável em Minas. (Portal ALMG)
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