GIRLENO ALENCAR
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) anunciou que a Usina de Três Marias despejará, em média, 2.640 metros cúbicos de água por segundo no leito do rio São Francisco até o dia 28 de fevereiro, mas que ficará abaixo dos 4.000 m³/s das usinas de Sobradinho e Xingó. A ANA realizou a terceira reunião da Sala de Crise de Cheia na Bacia do rio São Francisco, quando discutiu as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco, contou com representantes de órgãos do Governo, de entidades, irrigantes, bem como usuários.
A primeira apresentação ficou por conta do técnico do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi. Ele trouxe gráficos atualizados sobre a previsão de chuva para os próximos sete dias. “A previsão é de chuvas abundantes, acima da média histórica, para o mesmo período. O fenômeno La Niña colaborou para o aumento de chuva na região da bacia”, disse.
O pesquisador de Geociências do Serviço Geológico do Brasil, Marcos Suassuna, apresentou o boletim do monitoramento hidrológico do rio São Francisco e reforçou a fala do representante do Cemaden.
A técnica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luana Gomes, apresentou o volume dos reservatórios da bacia. Ela afirmou que as vazões se encontram bastantes altas para os próximos dias. “Em função das condições de evolução do armazenamento do reservatório da UHE Três Marias e das condições hidrológicas da bacia, conforme a carta ONS DGL 0053/2022, a bacia do rio São Francisco está em situação de cheia. Nesta condição, as usinas dessa bacia podem ser operadas com vazões máximas diferentes das estabelecidas nas resoluções ANA 111/2021 e 2.081/2017. Sendo assim, de 15 a 28 de fevereiro, a defluência média mensal será de 2.640 m³/s para Três Marias e 4.000 m³/s para Sobradinho e Xingó”, declarou.
A próxima reunião está marcada para o dia 22 de fevereiro às 10h. A videoconferência que avalia as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico ocorre na sede da Agência Nacional de Águas, em Brasília (DF), e é transmitida para os estados da bacia. Desta reunião participam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), usuários, governo, irrigantes, entre outros.
