A Universidade Zumbi dos Palmares lançou o e-commerce ShopBlack, um espaço online para comercialização de produtos e serviços entre pequenos empreendedores negros. A ferramenta surge como alternativa no atual contexto de crise econômica, alta de desemprego e redução do auxílio emergencial.
De acordo com José Vicente, reitor da universidade e idealizador do projeto, o objetivo é o empoderamento e fortalecimento do empreendedorismo para os alunos da universidade, seus familiares e a comunidade negra em geral.
“Estamos pesquisando há um bom tempo essa perspectiva da circularidade econômica comunitária, ou seja, a possibilidade de o dinheiro girar entre a comunidade. E a gente então construiu uma hipótese que isso pode se desenvolver entre a comunidade negra, podendo comprar e vender entre os seus e, com isso, gerar recursos para fortalecer a própria comunidade e fortalecer empresas e empresários comunitários”, explicou Vicente.
Ele contou que a ideia previa um espaço físico, mas a pandemia fez com que o projeto fosse lançado no ambiente virtual. Os impactos da pandemia na renda da população negra também deram impulso ao projeto.
“A gente já tinha trabalhado essa perspectiva [da economia comunitária] por conta das dificuldades da economia que já estavam colocadas. Nos últimos 5 anos, a economia teve uma dificuldade seríssima e ela atingiu principalmente essa classe menos favorecida, essa classe mais vulnerável, da qual o negro é a grande maioria”, disse.
A universidade começou a estruturar o projeto pensando em construir uma saída para a situação de escassez de emprego e de dificuldade dos negros de acessar cargos mais altos no mercado de trabalho. “Quando chegou a pandemia falamos ”agora, mais do que nunca, é indispensável que uma ferramenta dessa esteja disponibilizada”, tendo em conta que a situação da pandemia, de novo, atingiu e impactou mais diretamente os negros”.
A plataforma virtual de comércio tem o objetivo de estimular a comunidade negra para que ela fomente a geração de negócios, possa interagir e promover a compra e venda entre si. “Nós já temos um número aqui de quase 2 mil alunos, se eles forem os primeiros a praticar esse tipo de atitude, a gente tem bastante capacidade de expandir isso de uma forma bastante qualificada.” (Agência Brasil)
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