Trabalho realizado por meio de parceria entre o Núcleo de Estudos em Produção de Suínos (NEPSUI) do Instituto de Ciências Agrárias e a empresa permite mais precisão na análise da nutrição de suínos em fase de crescimento
Na era da agricultura de precisão, a tecnologia tem sido uma grande aliada de pesquisadores, empresas e produtores rurais. Um equipamento desenvolvido no Núcleo de Estudos em Produção de Suínos (NEPSUI) do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG se mostrou bastante eficiente no monitoramento e controle da alimentação de suínos. O protótipo foi criado na universidade e passou por fases de testes até ser aperfeiçoado pela Gestal Jyga STA, uma empresa canadense com atuação no Brasil. O Núcleo de Suinocultura já trabalhava com a empresa há cerca de cinco anos. O ICA foi pioneiro na América Latina ao utilizar os equipamentos da área de reprodução com a tecnologia da companhia.
A partir da demanda por um aparelho similar para a fase de engorda, surgiu o primeiro modelo. “Nós fizemos a proposta de desenvolver um protótipo usando os componentes de hardware e software deles só que ajustado à categoria animal que estávamos avaliando. Então, nós desenvolvemos um modelo, fizemos dois estudos pilotos. A empresa gostou bastante dos resultados obtidos e criou uma versão lapidada e moderna do equipamento. Como parte da parceria, eles nos bonificaram com cinco estações”, explica o professor doutor Bruno Silva, coordenador do NEPSUI e responsável pela área de Nutrição e Produção de Suínos e Adaptação Ambiental.
Três equipamentos foram montados recentemente no NEPSUI e já estão sendo usados. Outras duas máquinas vão ser enviadas ainda este ano. Entre os benefícios desta tecnologia estão a maior eficiência alimentar e o desenvolvimento corporal do animal associado com o desenvolvimento de estratégias que permitem maior sustentabilidade: evitar o desperdício e os potenciais impactos ambientais. O professor lista ainda os benefícios para os animais. “Esta tecnologia permite que a gente desenvolva estratégias de acordo com a exigência diária do animal, o que ele precisa naquele dia ele recebe. Além disso, o equipamento nos permite levar em conta efeitos como idade e sexo, otimizando todos os componentes de adequação para potencializar o desempenho do animal”, afirma.
Tecnologia e eficiência a serviço da qualidade do rebanho
Os suínos, em fase de engorda, foram divididos em três estações, sendo 14 em cada uma delas. Os animais têm transponders que armazenam e transmitem informações para o sistema de monitoramento montado no laboratório. Cada vez que um deles entra na máquina para se alimentar, o equipamento libera a quantidade específica de ração para aquele suíno. O doutorando em Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Pedro Gomes, está realizando sua pesquisa de doutorado no Núcleo de Estudos em Produção de Suínos do ICA sob a coorientação do professor Bruno Silva. Segundo Gomes, o objetivo principal de sua tese é avaliar o impacto do uso de uma suplementação vitamínica mineral diluída na água sobre o consumo de água e de ração dos suínos, seus efeitos no status imunológico e na cinética de comportamento, além de conhecer o status redox – capacidade de resposta do organismo ao estresse oxidativo. “Com o auxílio das máquinas de alimentação vai ser possível conhecer melhor a cinética do comportamento dos animais e a resposta ingestiva de acordo com o estado fisiológico e metabólico de cada indivíduo”, explica.
O monitoramento dos suínos também é feito por meio de câmeras que registram toda a dinâmica de alimentação e comportamento dos animais. Por meio das imagens será possível realizar um mapeamento térmico comportamental dos animais, assim como avaliar os parâmetros comportamentais durante o período experimental. A partir da análise de todos estes dados será possível verificar os impactos do uso deste suplemento vitamínico-mineral via água, o comportamento e o sistema imunológico dos suínos.
“Às vezes, é muito difícil mensurar o consumo de ração por se tratar de baias com um número maior de animais, conhecer o consumo individual é um processo difícil. Normalmente, experimentos analisam o consumo da baia e uma média pelos animais. As máquinas vão ajudar a equipe a entender como que está o consumo individual de cada animal. Com as pesagens a gente vai conhecer o desempenho do indivíduo, o consumo de ração e a conversão alimentar. Isso tanto para o NEPSUI da UFMG quanto para o futuro da suinocultura será uma grande contribuição”, conta o pesquisador. (ANA CLÁUDIA MENDES/ UFMG – Colaboradora)
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