Três Marias libera maior quantidade de água e deixa ribeirinhos em alerta - Rede Gazeta de Comunicação

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Três Marias libera maior quantidade de água e deixa ribeirinhos em alerta

GIRLENO ALENCAR

A Cemig amplia hoje (18), a liberação de vazão da Usina de Três Marias, despejando no leito do rio São Francisco 3.480 metros cúbicos por segundo da vazão turbinada mais a vazão vertida, para desespero dos moradores ribeirinhos do rio, que desde sexta-feira, com a abertura das comportas, viu o nível do rio subir e inundas casas nas cidades e nas comunidades rurais, como nos município de Pirapora, São Francisco, São Romão, Januária e Manga. 

O nível do rio São Francisco, no Norte de Minas, começa a iniciar sua trajetória de queda depois da diminuição das chuvas nas bacias do Abaeté, Paracatu e Velhas. Apenas os afluentes foram suficientes para provocar uma das maiores cheias das últimas décadas.

Muitos moradores de comunidades ribeirinhas ficaram isolados ou precisaram deixar suas casas com o avanço do rio por suas margens, braços e ilhas.

Em Buritizeiro, o rio atingiu a cota de 10,04 metros na noite de quinta-feira (13). Na manhã de sábado, o nível já havia caído para 9,69 m. Já em São Romão, abaixo da foz do Rio Paracatu, o pico de 9,49 m foi atingido na noite de sexta-feira. Às 10h de sábado, o nível já havia baixado cinco centímetros.

No município de São Francisco, a cheia atingiu seu maior limite na manhã de sábado, 9,63 m. É provável que o nível comece a baixar durante o dia. Com a abertura das comportas de Três Marias, o nível deve voltar a subir nestas cidades.

A Cemig explicou em nota, na sexta-feira, que “apesar de não haver chuvas previstas para a região de Três Marias nos próximos dias, em função das precipitações ocorridas nas últimas semanas, as afluências continuam em patamares extremamente altos em função do escoamento natural dos rios que alimentam o reservatório. No dia 13  foi registrado o recorde diário de vazão afluente, equivalente a 8.939 metros cúbicos por segundo, superior às maiores vazões do histórico, ocorrida nos anos de 1983, 1997, 1992 e 1979 (anos das maiores cheias verificadas na região).

Essas vazões mais altas, mesmo com a política de vertimento avaliada anteriormente, mantém um significativo ganho de armazenamento do reservatório, o que leva à necessidade de ajustar uma ampliação das defluências totais a serem praticadas (vazão turbinada + vazão vertida). No sábado, a liberação de vazão foi de 2.180 metros cúbicos por segundo e no domingo, de 2.680 metros cúbicos por segundo e hoje será de 3.480 metros cúbicos por segundo. As manobras seguirão sempre às 8h de cada dia. A Cemig afirma que permanece monitorando a condição de operação do reservatório e novas ampliações podem ser necessárias, conforme as afluências verificadas no reservatório nos próximos dias. Pela tendência atual, a política de vertimento deverá se manter pelo menos até o final do mês de janeiro, sendo diminuída a partir do comportamento de queda das afluências.