Treinamento e inovação para produtores de leite em Buenópolis - Rede Gazeta de Comunicação

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Treinamento e inovação para produtores de leite em Buenópolis

O grupo de produtores rurais da cadeia da bovinocultura de leite, inseridos no Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema Faemg, segue em ritmo acelerado na busca de novos conhecimentos para aprimorar o dia a dia de trabalho no campo na região de Buenópolis. Neste mês, estes produtores participaram de um dia de campo com atividade prática sobre a produção de milho reidratado, técnica que pode gerar vários ganhos aos pecuaristas.

“É uma técnica nova, que vem sendo difundida no país nos últimos anos. No Norte de Minas as propriedades estão iniciando a utilização da técnica do milho reidratado, que deve fazer parte das estratégias dentro da propriedade para reduzir a dependência do alimento que vem de fora, atuando dentro de uma gestão de custos de produção. E o ATeG trabalha isso muito forte, a gestão do negócio”, explicou Lucas Leocádio, supervisor do ATeG Balde Cheio, que coordenou a atividade prática sobre o tema.

O dia de campo ocorreu em uma das fazendas assistida pelo ATeG, e ocorreu após um levantamento feito pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Buenópolis que identificou junto aos produtores a necessidade de se avançar em temas de inovação do trabalho nas propriedades. Essa foi a terceira capacitação realizada neste ano pelo sindicato.

“É o tipo de capacitação de grande importância para os produtores atualizarem, conhecerem novas tecnologias. Por ser um treinamento prático, todos ficaram ainda mais satisfeitos. O foco do ATeG é na gestão, então, tudo que vier para adequar, ajudar a reduzir custos e melhorar a produtividade será sempre bem-vindo. Colocamos no planejamento do Sindicato fazer estes treinamentos, não só para o ATeG, mas para todos os demais produtores”, destacou o presidente do sindicato, Luiz Carlos Diniz.

Do que se trata

Aplicando as técnicas corretas, o milho reidratado é um concentrado que pode ser usado durante todo o ano na alimentação do gado, gerando economia financeira e aumentando ganhos produtivos, já que o uso dessa alimentação está diretamente ligada ao melhor aproveitamento de nutrientes.

“O milho é classificado como duro e a vaca pode vir a ter pouco aproveitamento de nutrientes. Por exemplo, o animal aproveita cerca 65% do amido na alimentação comum. Após o processo de reidratação, esse aproveitamento do amido passa para cerca de 90%. E é o amido que dá energia ao animal. Se passa a ter melhor aproveitando, o produtor vai ter mais leite no mesmo quilo de alimento ofertado ao rebanho. Além disso, tem a parte financeira. Os maiores gastos são àqueles destinados aos concentrados de ração. Com o milho reidratado, o produtor economiza em torno 30 centavos no quilo de milho usado na alimentação animal”, explicou Lucas Leocádio.

Ainda sobre a relação custo de produção, Lucas comenta que o uso da técnica é um ponto estratégico e deve fazer parte do planejamento anual dos empreendimentos rurais, onde os produtores podem fazer compras programadas na baixa do milho e ainda garantir sobra de recursos para o restante do ano.

“Nos últimos anos, os meses de julho a setembro foram os que apresentaram o milho com valor mais barato. Então vira uma estratégia de compra. O produtor pode comprar agora e fazer a ensilagem dele reidratado para usar ao longo do ano. É uma forma de ter uma previsibilidade melhor de como vai ser os custos da fazenda. E reidratando o milho, fazendo a silagem correta, também evita perdas, como ataque de roedores comum quando acondiciona o milho duro”, pontuou o supervisor de ATeG.

Durante a apresentação prática, Lucas Leocádio fez o processo da reidratação do milho ponto a aponto, mostrando a quantidade certa de água que deve ser usada, inoculante, como vedar para evitar perdas, entre outros. A mesma prática pode também ser aplicada ao sorgo, que é outro tipo de alimento que ajuda os produtores a ficarem menos reféns do mercado de rações.

“Estes produtores dedicaram tempo para irem ao treinamento, o que é muito importante. Eles já estão na atividade há bastante tempo, mas estavam carentes de assistência técnica. Essas capacitações são importantes e devem ser tratadas como prioritárias para deixar a atividade mais rentável”, finalizou Leocádio. (RICARDO GUIMARÃES – Colaborador)