O webinar “Os 30 anos do Previncêndio: da prevenção ao combate a incêndios florestais”, realizado nessa sexta (22), encerrou a parte técnica das comemorações da Semana Florestal em 2023. Organizada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Semana Florestal 2023 teve como tema: “Perspectivas para o Desenvolvimento Sustentável e a Proteção da Biodiversidade”.
O gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Belo, contou que o embrião do Previncêndio remonta ao ano de 1987, quando foi criado um grupo de trabalho voltado para as questões dos incêndios florestais. Em 1993, por iniciativa do IEF, surgiu o Sistema Integrado de Prevenção, Controle e Combate aos Incêndios Florestais, financiado com recursos do Banco Mundial. No mesmo ano, um grande incêndio atingiu o Parque Estadual do Rio Doce, motivando a adoção de Planos Integrados de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais pelas unidades de conservação estaduais.
Em 2005, foi criada, então, a Força-Tarefa Previncêndio, coordenada pelo IEF e com participação das Polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros, Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e, mais recentemente, da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (Seapa).
Rodrigo Belo observou que Minas Gerais possui cerca de 2,38 milhões de hectares distribuídos em 94 unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável. “São as unidades de conservação estaduais o principal alvo da vigilância do Previncêndio”, afirma. “Operamos ainda nas unidades de conservação municipais e federais localizadas em Minas, de acordo com a necessidade e demanda”, completa.
Parcerias
O Previncêndio busca trabalhar em parceria com instituições públicas e privadas, da sociedade civil e da comunidade em geral, alertando para os perigos do fogo. “O trabalho inclui a coordenação e realização de treinamentos de brigadas, voluntárias ou contratadas, e de parceiros de diferentes segmentos da sociedade”, destacou.
Rodrigo Belo lembrou que as unidades de conservação têm um papel essencial, com autonomia para realizar o planejamento, de acordo com as características de cada uma.
O gerente do IEF observou, ainda, que a Força-Tarefa Previncêndio se reúne todos os anos. “Cada parceiro tem uma contribuição a dar, já que não é do nosso interesse trabalhar sozinhos”, enfatizou Rodrigo Belo.
Ações
Entre as medidas adotadas no trabalho estão a contratação temporária de brigadistas e de aeronaves de lançamento de água e uso de queimas prescritas como estratégia do Manejo Integrado do Fogo. Também são realizadas ações locais de educação ambiental nas unidades de conservação.
“Importante destacar o trabalho das Polícias Civil e Militar para reduzir a impunidade de infratores que provocam os incêndios”, afirmou Belo. Um grande número de incêndios é provocado pela ação humana.
Estratégia recente são as queimas prescritas, especialmente nas unidades de conservação localizadas no Cerrado, onde o fogo faz parte da paisagem. “É uma ação válida, se utilizada no período do ano adequado”, observou. As queimas fazem parte do Manejo Integrado do Fogo, que é um conjunto de ações direcionadas que buscam prevenir, detectar, controlar, conter e manipular ou usar o fogo em uma determinada paisagem, compreendendo o papel ecológico do fogo. “O uso da ferramenta depende de um conhecimento prévio da área da unidade de conservação”, destacou Rodrigo Belo.
Por fim, o gerente destacou a iniciativa “Minas contra o Fogo”, pela qual 147 municípios mineiros se tornaram parceiros e receberão capacitação para brigadistas e equipamentos para combate a incêndios florestais. (Ascom Sisema)
