Técnicos da CNA visitam o ‘Forrageiras para o Semiárido’ - Rede Gazeta de Comunicação

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Técnicos da CNA visitam o ‘Forrageiras para o Semiárido’

O Projeto Forrageiras para o Semiárido teve mais uma importante etapa concluída no Norte de Minas nesta semana. Uma equipe de trabalho, formada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) – por meio do Instituto CNA –, Sistema Faemg e Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros, visitou as duas Unidades de Referência Tecnológica (URTs) onde as pesquisas são realizadas no Norte de Minas. A ideia foi avaliar a fase inicial do projeto e dar continuidade à segunda fase da ação, que envolve a consolidação de uma nova etapa de análise dos dados.

“O projeto vem com o grande desafio: testar condições que o produtor enfrenta no dia a dia. Trouxemos situação real para a pesquisa para mostrar nos resultados qual é a forrageira mais adaptada e qual melhor forma de o produtor rural manejar a sua área. A fase 1  foi implantada em 2017 e, de lá para cá, estamos acompanhando o desempenho e resultado de cada uma das espécies de forrageiras. Agora, na fase 2, o teste será com a análise dessas forrageiras com pisoteio do animal no pasto em pesquisa”, explicou Alenilda Carvalho de Novais, consultora de campo do Instituto CNA.

A pesquisa analisa opções de forrageiras de gramíneas anuais, como milheto, sorgo e milho, e gramíneas perenes, como capins, leguminosas e cactáceas. Na visita da equipe de trabalho na UTR, que recebe a fase 2 do projeto – que será desenvolvida em uma fazenda selecionada – foram definidas áreas de trabalho para implantação do pasto, estrutura de colchetes e cercas, planejamento para o plantio das espécies que serão pesquisadas, dando continuidade ao diagnóstico realizado na propriedade em 2021.

“Essas forrageiras serão testadas na fase 2 são àquelas que tiveram bons resultados na fase 1, mas que agora receberão a presença animal, trabalhando em sete hectares da bovinocultura de corte, que é o caso aqui da região do foco da pesquisa. Serão montados dois piquetes para o período seco e dois para período chuvoso, em sistema de pastejo contínuo, cada um com análise de duas variedades de forrageiras”, comentou Alenilda Carvalho.


Avanço tecnológico em prol do campo

A avaliação do potencial produtivo e da adaptação das plantas forrageiras às condições climáticas regionais busca o aumento na renda do produtor e o estímulo à atividade agropecuária com mais qualidade de vida no semiárido. Ao todo, dez estados da região nordeste e mais o Norte de Minas fazem parte deste projeto. O gerente de agronegócio da Faemg, Caio Coimbra, acompanhou a visita de trabalho nas duas UTRs de Montes Claros e avaliou como essencial a continuidade das pesquisas para auxiliar o produtor rural no seu dia a dia em campo.

“O Sistema Faemg tem a grande função de disseminar novas tecnologias junto aos produtores rurais. Minas Gerais é um estado grande, com vários biomas. Aqui no Norte de Minas, precisamos de plantas mais adaptadas às condições de seca, que além do processo de adaptação, trazem possibilidade de o produtor rural fornecer alimento de qualidade ao rebanho. Com isso, temos maior produtividade, desenvolvimento econômico e social dessa região, proporcionando melhor qualidade de vida ao produtor rural”, avaliou.

A pesquisa é realizada em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, com apoio do Sistema Faemg e, em Montes Claros, atua ainda ao lado da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG e do Sindicato dos Produtores Rurais local, entidades que também realizam a pesquisa e que cederam espaço em fazenda experimental própria para a primeira fase do projeto.

A produtora e diretora do Sindicato Rural de Montes Claros, Hilda Andrea Loschi, acompanhou todo o projeto. Ela explicou que o sindicato identificou problema comum aos produtores na hora de alcançar melhores números de produtividade, já que é comum a perda de capim e prejuízos constantes para refazer pasto. A expectativa é que o projeto Forrageiras contribua diretamente para a melhoria deste cenário.

 “O produtor rural vai levando a vida e desenvolvendo suas atividades, muitas vezes, sem fundamentos técnicos, e pode não tomar as melhores decisões. A importância das URTs é encontrar quais alternativas de forrageiras suportam o nosso clima e qual desempenho que estes animais vão ter nestas forrageiras. A pesquisa é contínua. Existem empresas de pesquisa gerando novos materiais, que precisam vir à campo, colocados na situação real do produtor rural. A gente sabe o quanto é difícil sobreviver e tirar dinheiro de uma atividade econômica em propriedade rural. Quando trazemos informação técnica, o objetivo é fazer a vida deste produtor mais fácil”, finalizou Hilda Andrea. (RICARDO GUIMARÃES – Colaborador)