Tendo como slogan regional “Conhecer, prevenir, testar e tratar”, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros realizou videoconferência de mobilização para coordenadores municipais em vigilância epidemiológica e referências técnicas da sífilis. O objetivo foi orientar a respeito da realização de ações voltadas para a prevenção e o combate à sífilis como parte da campanha Outubro Verde, durante todo o mês e, principalmente no período de 15 a 21, na Semana de Enfrentamento à Sífilis. As ações visam mobilizar a população em relação à realização de ações de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado da doença, além do investimento na educação continuada dos profissionais que atuam nos serviços de saúde.
A coordenadora de vigilância em saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explica que a sífilis é transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, sangue ou produtos sanguíneos (agulhas contaminadas ou transfusão com sangue não testado), além da transmissão da mãe para o filho em qualquer fase da gestação, no momento do parto ou pela amamentação. O tratamento é estendido aos parceiros sexuais e é feito com antibióticos, além de ser acompanhado com a realização de exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença.
“A sífilis é uma infecção curável, com tratamento relativamente simples, mas pegar uma vez não promove imunidade. Nas formas mais graves da doença, como na fase terciária, a falta de tratamento adequado pode levar à morte. O uso de preservativos (tanto femininos como masculinos) durante todas as relações sexuais é a maneira mais segura de prevenir a doença. O acompanhamento das gestantes e dos parceiros sexuais durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita”, explica a coordenadora.
Durante a videoconferência, a referência técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Adriana Barbosa Amaral, apresentou o cenário epidemiológico da doença. Em 2021 a frequência da sífilis adquirida no país foi de 78,5 casos por 100 mil habitantes e, em Minas Gerais, a taxa ficou em 74,8 mil casos por 100 mil habitantes. Entre 54 municípios que compõem a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros a taxa de frequência da sífilis adquirida ficou em 32,5 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
Ainda em 2021, em gestantes, a frequência da sífilis adquirida no país chegou a 27,1 casos por mil nascidos vivos; em Minas Gerais, a 23,2 casos e, na área de atuação da regional, chegou a 21 casos por mil nascidos vivos.
Já a frequência da sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê durante a gestação ou amamentação, apresentou o seguinte cenário em 2021: no Brasil, são 9,9 casos por mil nascidos vivos; em Minas Gerais, 8,9 casos; e na área de jurisdição da regional, são 10,8 casos por mil nascidos vivos.
“Estamos num período de tendência de aumento de casos de sífilis. Por isso, a ampliação da testagem rápida, inclusive com a realização de ações fora das unidades de saúde, e o investimento na qualidade do pré-natal com a realização da testagem da gestante, tratamento e monitoramento dos casos positivos, incluindo os parceiros, são medidas de fundamental importância para controle da doença. Combater a sífilis adquirida tem impacto importante na contenção da transmissão da doença, inclusive das gestantes para os bebês”, reforçou a referência técnica Adriana Amaral.
Outras medidas importantes que os municípios devem manter durante todo o ano são as ações de educação sexual envolvendo todas as faixas etárias da população. Entre as atividades, o foco deve ser direcionado ao planejamento familiar, ao pré-natal, às ações voltadas para o público presente nas salas de espera das unidades de saúde, escolas e universidades, além dos grupos de maior vulnerabilidade, constituído por pessoas do sexo masculino com idade entre 20 e 29 anos.
Adriana Amaral também entende que o investimento na capacitação continuada dos profissionais de saúde é importante, visando aprimorar a qualidade dos serviços de pré-natal. Isso porque “o diagnóstico da sífilis em gestantes está ocorrendo de maneira tardia, muitas vezes momentos antes do parto, detecção essa que deveria ter acontecido no pré-natal”, observa a referência técnica.
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