SRS de Montes Claros reforça a necessidade de intensificação das medidas de controle - Rede Gazeta de Comunicação

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SRS de Montes Claros reforça a necessidade de intensificação das medidas de controle

Durante reunião da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIB-SUS), realizada nas Faculdades Prominas, em Montes Claros, os gestores dos 54 municípios que compõem a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros foram novamente alertados sobre a necessidade de intensificação das ações de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika e da febre amarela. O evento aconteceu na sexta-feira (2).

A coordenadora de Vigilância em Saúde e do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), Agna Soares da Silva Menezes, salientou que, neste ano, já estão em investigação oito óbitos suspeitos de terem sido causados por arboviroses e 14 municípios apresentam alta taxa de incidência de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

“Neste ano, mesmo em municípios onde a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) já realizou ações de apoio aos municípios para eliminação de Aedes aegypti com aplicação de inseticida com uso de equipamentos de Ultra Baixo Volume (UBV) veicular, as taxas de incidência continuam altas. Somente relacionado à dengue, o número de casos notificados pelos municípios já chegou a mais de 600 e, devido às chuvas que caíram no Norte de Minas nos últimos dias, aliado aos períodos de alta temperatura, a tendência é de que haja aumento da proliferação de mosquitos e, consequentemente, de casos notificados de arboviroses”, prevê Agna Menzes.

Dados das coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Saúde da SRS Montes Claros apontam que, no momento, a microrregião de Saúde Bocaiuva é a que mais gera preocupações, contabilizando 1.478 casos notificados de arboviroses. Todos os municípios apresentam alta taxa de incidência de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti: Olhos D´Água (3.751,16 casos por 100 mil habitantes); Francisco Dumont (3.464,36); Engenheiro Navarro (2.518,10); Bocaiuva (1.790,47); Joaquim Felício (1.141,67) e Guaraciama (989,90).

Na microrregião de Salinas, composta por seis municípios, três localidades apresentam alta taxa de incidência de arboviroses: Fruta de Leite (1.140,52); Padre Carvalho (711,74) e Salinas (587,39).

Já nas microrregiões de Montes Claros e Francisco Sá, as maiores taxas de incidência de arboviroses estão ocorrendo em Juramento (1.247,35 casos por 100 mil habitantes); Glaucilândia (751,37); Botumirim (466,32) e Capitão Enéas (311,88).

Na microrregião de Coração de Jesus, São João da Lagoa registra a maior taxa de incidência de arboviroses: 1.327,25 casos por 100 mil habitantes.

Neste ano, dez municípios já foram atendidos pela SES-MG com aplicação de inseticida com utilização de UBV veicular: Bocaiúva; Engenheiro Navarro; Guaraciama; Francisco Dumont; Glaucilândia; Joaquim Felício; Olhos D´Água; Padre Carvalho; São João da Lagoa e Montes Claros. Para a próxima semana está prevista a utilização de UBV veicular em Capitão Enéas e Salinas.

Ainda durante a apresentação do cenário epidemiológico das arboviroses, Agna Menezes salientou que, neste início de ano, estão em investigação oito óbitos suspeitos de terem sido causados por arboviroses. São seis casos em Bocaiuva; um em Glaucilândia e outro em São João do Paraíso.


Mutirão de limpeza é apontado como uma importante ação contra o mosquito

Ainda durante a reunião da CIB-SUS, a secretária de saúde de Montes Claros e presidente regional do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems), Dulce Pimenta, reforçou a importância dos municípios unirem esforços com órgãos governamentais, entidades de classe e sociedade civil organizada, visando reforçar as ações de eliminação do mosquito Aedes aegypti, com a realização de mutirões de limpeza, entre outras ações integradas e complementares.

De acordo com Dulce Pimenta, somente com a mobilização da população será possível obter êxito no enfrentamento das arboviroses. “Além disso, assim como aconteceu durante a pandemia da covid-19, todas as microrregiões de saúde precisam se organizar para atender as demandas de pessoas acometidas pelas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, seja por meio da disponibilização de leitos clínicos, de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) ou de soroterapia”, alertou.

Só neste ano, dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Montes Claros dão conta de que hospitais sediados no município receberam 54 internações de pacientes acometidos por arboviroses e, atualmente, oito pessoas continuam internadas.

“Para atender as demandas de internações, a Secretaria de Saúde de Montes Claros já viabilizou a abertura de 25 leitos clínicos no Hospital Alpheu de Quadros, porém não temos capacidade para atender as demandas provenientes de toda a macrorregião de Saúde Norte” reforçou Dulce Pimenta. Ela observou ainda que, para evitar desassistência e óbitos, as microrregiões que possuem leitos de UTI precisam se organizar para não ocorrer um aumento de demandas de internações nos hospitais de Montes Claros, que não terão condições de atendimento”. (Pedro Ricardo – SES-MG)