Pesquisas desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) já demonstram que garantir conforto aos animais é também uma estratégia para aumentar volume e qualidade da produção.
Estudos recentes demonstraram que ambiente com temperaturas elevadas e altas taxas de umidade são fatores estressantes para os rebanhos leiteiros, por exemplo.
Pesquisador da Epamig, Marcos Brandão afirma que o estresse térmico ocorre quando as condições ambientais exigem do animal ajustes para manter a temperatura corporal em níveis aceitáveis. Quando a temperatura do ambiente ultrapassa de 26 a 28 ºC, o animal começa a transpirar em excesso (sudorese), aumentar a frequência respiratória (hiperventilação pulmonar) e a circulação sanguínea periférica. Essas condições estão associadas, ainda, à redução da ingestão de alimentos, diminuição da atividade locomotora e até mesmo da fisiologia reprodutiva.
“Vacas sob estresse térmico, além de perder dois terços da água evaporativa por meio do suor, e um terço por meio da respiração acelerada, perdem também mais minerais via suor do que vacas em zonas de neutralidade. Outros fatores como motilidade retículo-ruminal e taxa de passagem total também são reduzidos. Além disso, ocorre a redução do tempo de ruminação e mudanças no padrão de fermentação ruminal, o que ocasiona menos produção de nutrientes”, aponta Marcos Brandão.
Assim, em ambientes tropicais de produção, a melhor maneira de potencializar a produção das vacas leiteiras é proporcionar sombra, resfriamento e água de qualidade. Também pesquisadora da Epamig, Beatriz Cordenonsi ressalta que o sombreamento diminui a incidência de radiação sobre o animal, beneficia o conforto térmico e, quando bem projetado, pode reduzir a carga de calor total em 30% a 50%.
Sistema silvipastoril
Pesquisadores da Epamig apostam no sistema silvipastoril, que fornece conforto térmico ao rebanho, como método eficiente para criação de animais produtores de leite.
Marcos Brandão chama a atenção para estudos já publicados que evidenciam os impactos positivos do aumento da oferta de sombra em sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Os estudos concluíram que a produção de embriões das doadoras manejadas em ILPF foi mais de 50% superior àquelas manejadas em pastagens sem sombra.
Resfriamento
Associado ao sombreamento natural ou artificial, o resfriamento potencializa o bem-estar e traz benefícios às vacas leiteiras. Beatriz Cordenonsi destaca o uso de aspersores de baixa pressão, nebulizadores de alta pressão ou placas de resfriamento para dissipar calor e resfriar os animais.
Uma vez implantado, o sistema influencia positivamente na longevidade das vacas, melhora a fertilidade no verão, conduz a menores intervalos entre partos, melhora a eficiência alimentar e reduz a quantidade de alimentos requeridos para produção de leite sob condições de estresse calórico.
A Epamig publicou uma edição do Informe Agropecuário totalmente dedicada à integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Para fazer o download gratuito, clique aqui. A empresa de pesquisa é vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa). (Agência Minas)
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