ANA MARIA BERTELLI
Dermatologista e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa
O melanoma é o tipo menos frequente dos cânceres da pele, mas é o que tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90% quando há detecção precoce e tratamento adequado da doença. O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a “pinta” ou o “sinal”, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho e podem apresentar sangramento. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um especialista caso detecte qualquer lesão suspeita. O melanoma pode surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; no tronco, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos. Além disso, vale lembrar que uma lesão considerada “normal” para um leigo, pode ser suspeita para um médico.
Pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol têm mais risco de desenvolver a doença. O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. Nos estágios iniciais, se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor. Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de se espalhar para outros órgãos (desenvolvimento de metástases a distância) e diminui as possibilidades de cura. Por isso, o diagnóstico precoce do melanoma é fundamental. Embora apresente pior prognóstico, avanços na medicina e o recente desenvolvimento de novas drogas que atuam na resposta imune e em mutações específicas das células tumorais possibilitaram que pacientes com melanoma avançado tenham aumento na sobrevida e na qualidade de vida.
A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.
O mais importante é a conscientização sobre a importância do uso do protetor solar para que não se desenvolva câncer de pele. Em paralelo, é importante que todos estejam atentos para novas “pintas” ou mudanças nas lesões já existentes. Em situações como estas, busque imediatamente um especialista. Não tenho dúvida ao afirmar, portanto, que a melhor forma de combater o câncer de pele ainda é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Já a melhor prevenção é o uso de protetor solar.
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