A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) concluiu mais uma etapa de trabalho para a implantação do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), no Norte de Minas. Durante quatro dias, a coordenadora de Vigilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, e as referências técnicas, Maria Regina de Oliveira Moraes e Siderllany Aparecida Vieira Mendes participaram de capacitação no Cievs Minas, em Belo Horizonte.
A partir de 1º de setembro deste ano, Montes Claros passará a sediar o primeiro Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde. A iniciativa conta com a participação do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Pan Americana de Saúde (Opas). A partir de janeiro de 2024, a previsão é de que a unidade passará a contar com o trabalho de mais três profissionais, sendo um médico e dois apoiadores vinculados à Opas. A SES-MG também está trabalhando na instalação de uma segunda unidade do Cievs em Governador Valadares, com abrangência na região Leste.
O Cievs tem como objetivo fortalecer a capacidade do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde para identificar precoce e oportunamente emergências em saúde pública, a fim de organizar a adoção de respostas adequadas que reduzam e contenham o risco à saúde da população. A escolha de Montes Claros e Governador Valadares para a implantação das primeiras unidades do Cievs no interior do estado leva em conta a existência de atividades comerciais e de serviços bastante ativos e o fato de fazerem divisas com o Nordeste do país, recebendo por isso grande tráfego de veículos e de pessoas.
Durante a capacitação, realizada em Belo Horizonte, conduzida pelo coordenador interino do Cievs de Minas Gerais, Edmundo Rinolino Magalhães, a equipe técnica da SRS de Montes Claros aprofundou as discussões sobre as atividades a serem implementadas no Norte de Minas, sobretudo na implementação de ações de vigilância e avaliação de rumores de problemas de saúde que possam estar ocorrendo, com potencial de atingir grande número de pessoas. O trabalho envolverá o acompanhamento da rede de núcleos de vigilância epidemiológica hospitalar e da plataforma Epidemic Intelligencefrom Open Sources (EIOS), que é composta por redes, órgãos governamentais e por doze organizações, entre elas a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS) de Montes Claros, Agna Menezes, explica que a plataforma EIOS “trabalha com fontes de informações oficiais e não oficiais e tem o propósito de apoiar os países e a comunidade internacional na detecção precoce de doenças, agravos e eventos de saúde pública. A plataforma disponibiliza informações para análise de riscos de surtos, epidemias ou pandemias e monitora potenciais ameaças à saúde da população, direcionando as medidas de prevenção e controle em tempo real”.
A coordenadora de Vigilância em Saúde avalia que “a instalação do Cievs em Montes Claros proporcionará o reforço do trabalho já implementado pelas coordenadorias de vigilâncias epidemiológica, ambiental, sanitária e de saúde da SES-MG, além de ampliar a interação com outros serviços de saúde e com os municípios”.
Notificação imediata
Na avaliação do Ministério da Saúde, “nos últimos anos, a ocorrência de epidemias por doenças emergentes ou reemergentes obrigou a comunidade internacional a aprimorar os serviços de vigilância em saúde. Dentre os fatores que contribuíram para esta mudança estão: pressão demográfica; mudanças no comportamento social e alterações ambientais”.
Nas investigações, que têm como base o Regulamento Sanitário Internacional (RSI), a elucidação do agente responsável, fatores de risco e adoção de medidas de prevenção e controle em tempo hábil só é possível a partir da notificação imediata durante a suspeita, não sendo necessário aguardar o resultado final das análises laboratoriais.
Em todo o país, o Ministério da Saúde e a Opas pretendem expandir para 163 as unidades do Cievs. A ampliação dos centros leva em conta, entre outros atributos, municípios localizados em regiões próximas a redes de hidrovias e de portos; regiões de fronteira; distritos sanitários especiais indígenas; municípios com atividade agropecuária intensa, comércio e serviços com alta movimentação de pessoas. (Ascom SES-MG)
