Aurélio Vidal
Jornalista
É com muita preocupação e imenso sentimento de revolta que relatamos um fato ocorrido na região Norte-Mineira. Trata-se de situações alarmantes, que trazem prejuízos ao nosso território, um lugar historicamente maltratado, esquecido e abandonado pelo sistema.
Ademais, o sertanejo, verdadeiro pequeno produtor da zona rural do município de Rio Pardo de Minas, mais uma vez enfrenta problemas. As terras da região tornaram-se, de fato, “terras de ninguém”, diante dos inúmeros abusos que ali imperam. Forasteiros chegam, usurpam e fazem o que querem em nosso território, utilizando-se de ONGs diversas que, supostamente, afirmam defender o povo “geraizeiro” ou se preocupar com a preservação do cerrado.
Recentemente, a população local deparou-se com um grupo de alemães que chegaram sem se identificar ou se apresentar formalmente. O grupo locou todo o prédio do melhor hotel da cidade e iniciou uma série de atividades, como medições de terras, coleta de informações e captura de imagens. O que gerou estranheza foi o aparato utilizado: equipamentos de última geração, uma frota composta por mais de dez veículos ostentando a marca de uma ONG internacional chamada “Tree Planet” e um efetivo com cerca de 30 pessoas. Essa movimentação provocou preocupação e desconfiança entre os moradores de algumas comunidades.
Após cobranças da população em busca de respostas, em uma reunião, o grupo alegou que estavam produzindo um filme com o tema: “O filho de um alemão que desapareceu no Brasil” e que a marca “Tree Planet” era fictícia. No entanto, o fato de terem proposto o pagamento de cerca de R$ 6 mil para que um sitiante local demolisse um forno de carvão, além de pagar por um caminhão carregado de carvão para ser incendiado com a justificativa de uma simples filmagem, foi a gota d’água para que as pessoas percebessem inconsistências no suposto “roteiro”.
Por conseguinte, toda essa “encenação” parece ter o dedo da esquerda, que, além de perseguir e criminalizar o agronegócio, tenta ampliar territórios de comunidades tradicionais em áreas de preservação ambiental. Esse movimento tem gerado diversos conflitos nesse pequeno município. O sistema perverso de governo tem ferido os direitos do nosso povo, atropelando a autonomia dos municípios e travando o desenvolvimento socioeconômico do território.
Por aqui, as obras estruturantes nunca chegam, mas a perseguição contra o humilde sertanejo é cruel e sistemática.
Dois fatores chamaram atenção: primeiro, o envolvimento direto do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Rio Pardo de Minas, que acolheu esse grupo; segundo, a omissão dos políticos em relação aos transtornos causados. Mesmo com a ampla repercussão nas mídias sociais e em grupos de WhatsApp, acessados por assessores e até deputados, nenhum deles se manifestou em defesa do território. Boa vontade e coragem para lutar pelo povo parecem faltar aos políticos.
A maioria dos vereadores do município omitiu-se de suas responsabilidades legislativas. Infelizmente, o fato ocorreu após as últimas eleições; caso contrário, a conveniência poderia ter produzido outra atitude, evidenciando a podridão de um sistema covarde, cruel e oportunista.
O grupo de alemães deixou a cidade da mesma forma que chegou: sem elucidar nada. Em resposta, a população rural uniu-se e iniciou a coleta de assinaturas para cobrar explicações e prevenir possíveis danos ao setor produtivo, que já enfrenta enormes dificuldades nas terras áridas deste sertão norte-mineiro.
Diante dos fatos, divulgamos estas informações e pedimos ao povo norte-mineiro que se sensibilize e apoie a causa dos sertanejos, que vivem esquecidos nos grotões do Norte de Minas Gerais. Assine este manifesto e ajude a proteger nossas comunidades e nosso território.
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