SEMANA DO PROFESSOR | Escolas têm a missão de implantar melhorias que este profissional - Rede Gazeta de Comunicação
SEMANA DO PROFESSOR | Escolas têm a missão de implantar melhorias que este profissional

REGINA ALVES

Fundadora da Rede Decisão e responsável pela gestão pedagógica de escolas privadas de educação básica

No passado, não muito distante, os professores eram encarados como autoridades em sala de aula. Sua figura era respeitada por famílias e alunos de todas as idades. Os anos se passaram e muita coisa mudou. Enquanto tivemos avanços significativos na tecnologia e em metodologias de ensino que contribuíram para o avanço do ensino nas escolas, os professores – profissionais que desempenham o papel de educadores, foram esquecidos pela educação brasileira.

É inquestionável que os desafios para ser professor no Brasil são inúmeros. E isso comprova-se por números. Há dois anos foi divulgado um estudo realizado pela Varkey Foundation, organização educacional, que ouviu a percepção de 42 mil pessoas em 35 países sobre os docentes. O Brasil teve o pior índice e ficou entre os países em que o professor tem menor prestígio.

Infelizmente, esses dados não surpreendem, mas deveriam servir para impulsionar melhorias na educação brasileira. Muito exige-se do professor, mas o reconhecimento pelo importante papel que ele desempenha nem sempre chega. Isso vê-se evidente na desvalorização do salário em muitas regiões, além do desrespeito dos alunos em sala de aula.

Se formos analisar o cenário geral, existe, sim, um longo caminho para mudança. Mas ela deve partir por algum lugar. Acredito que fazer diferente faz a diferença. Por isso, é importante que a metodologia aplicada para a contratação de novos docentes vá além das questões pedagógicas. O mesmo acolhimento oferecido aos alunos deve ser dado a esses profissionais – e essa visão funciona. Países com melhor classificação no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) investem alto na valorização dos professores e exigem excelência acadêmica de quem quer entrar para a docência. 

A questão não é só o que devemos fazer de diferente, mas o que já estamos fazendo para avançar neste cenário

É preciso avaliar, antes de tudo, a vontade de fazer a diferença no ensino e na formação do futuro da nossa nação.

Não tem como exigirmos respeito dos alunos se não dermos o devido exemplo. Então, a fim de valorizá-los ainda mais, é vital manter os ouvidos atentos às necessidades dos docentes e, com isso, implementar melhorias que levem qualidade de vida e de ensino ao longo dos anos. 

Hoje, após anos de desenvolvimento contínuo, conseguimos implementar uma metodologia que reduz em quase 70% a parte burocrática que os professores têm em sala de aula, que envolve menos correção de provas. Para ajudar nisto, passamos a utilizar plataformas digitais que realizam a atividade de diagramação e correção, oferecendo também um amplo banco de questões que otimiza o tempo na elaboração de novas provas. Esse novo método não beneficia só os alunos, mas comprova que, para nós, a experiência do professor é muito mais valiosa e proveitosa que o seu conhecimento pedagógico. Outra ferramenta é o suporte que damos através de nossos coordenadores de área, que estão sempre à disposição para compartilhar soluções e tirar dúvidas, além de frequentes lives realizadas com temas sempre sugeridos pelo corpo pedagógico da Rede Decisão. Sem dúvida, precisamos de melhorias maiores, em grande escala e urgentes quando analisamos o cenário nacional. Mas vejo que é possível implantar melhorias que valorizem esses profissionais e, juntos, fazermos a diferença na história da educação.

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