Para o Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação, o Copom vai elevar a taxa em 0,25 ponto percentual na reunião desta semana e seguir com mais aumentos até janeiro
O Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) projeta que o novo ciclo de alta dos juros leve a Selic ao patamar de 12%. Na avaliação dos economistas, o Copom (Comitê de Política Monetária) vai elevar a taxa em 0,25 ponto percentual na reunião desta semana, em mais 0,50 ponto percentual em novembro e em dezembro e depois ainda haveria uma subida adicional de 0,25 ponto percentual em janeiro de 2025.
Para o final do próximo ano, a mediana das expectativas indica que a taxa chegará a 10,75%, com a trajetória de queda começando no segundo semestre.
Em relação à inflação, a previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi revisada para cima, subindo de 4,0% para 4,3%. Para 2025, a projeção é de 3,8%.
“As expectativas para o IPCA neste e no próximo ano continuam próximas do limite superior da meta. A resiliência da inflação vem sendo sustentada principalmente pela expansão dos gastos fiscais”, afirma Fernando Honorato, coordenador do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA, destacando ainda que os dados do mercado de trabalho e o resultado do PIB do segundo trimestre mostraram que a economia está mais aquecida do que o esperado, com o nível de atividade sendo puxado pela demanda.
A projeção de crescimento do PIB deste ano subiu de 2,25% para 3,0%. Para 2025, a expectativa é de um aumento de 1,90%.
Na análise do cenário externo, os economistas projetam que o Fed, o banco central americano, inicie o afrouxamento monetário nesta semana e destacam também a desaceleração da economia chinesa, puxada pelo arrefecimento do segmento imobiliário e do consumo das famílias. O menor ritmo do nível de atividade na China pode levar a uma queda adicional nos preços das commodities, prejudicando o saldo comercial dos países exportadores de bens primários, como o Brasil.
No câmbio, a estimativa para o dólar ao final deste ano passou de R$ 5,30 para R$ 5,40, mas uma possível valorização do real nos próximos meses também está no radar com o eventual aumento do diferencial de juros entre o Brasil e os EUA atraindo investimentos para o país.
Na avaliação da política fiscal, a previsão para a dívida bruta do setor público neste ano passou de 77,7% do PIB para 77,6%. Para 2025, a estimativa é atingir 80,9%, o que mostra que a dinâmica atual do crescimento dos gastos, mesmo com o arcabouço, ainda é motivo de incerteza e preocupação. Já a previsão para o déficit primário de 2024 foi reduzida de 0,63% para 0,53% do PIB e está em 0,79% para 2025.
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