Secretária de Saúde confirma caso da doença em Minas Gerais depois de 10 anos - Rede Gazeta de Comunicação

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Secretária de Saúde confirma caso da doença em Minas Gerais depois de 10 anos

A Secretaria Estadual de Saúde confirmou um caso de raiva humana em Minas Gerais. A doença é transmitida por meio da mordida de um animal contaminado e o último registro no estado havia sido há dez anos. O registro atual trata-se de um adolescente indígena, de 12 anos, que morreu no último dia quatro de abril. Ele morava em uma aldeia na zona rural de Bertópolis – no Vale do Jequitinhonha. De acordo com a prefeitura, o jovem foi mordido por um morcego.

A secretaria estadual aguarda os exames de um possível segundo caso. O de uma menina, da mesma idade e da mesma aldeia. Ela está internada em Belo Horizonte e seu quadro de saúde é estável, com evolução positiva. O infectologista Guenael Freira explica: “os sintomas podem surgir dias ou, às vezes, meses depois do contato inicial. Então, demora um pouquinho. Mas este intervalo é importante porque é um intervalo que é de tempo que a gente utiliza das prevenções, através de soro, que é um concentrado de anticorpos contra o vírus; e vacinas também. Então este período sem sintomas, que é o período de incubação, é o período para gente entrar de maneira precoce, nas primeiras horas se for possível, com os medicamentos para prevenir a infecção”.

A transmissão da raiva se dá através do contato com a saliva de um animal doente. Principalmente pela mordida. É importante salientar que animais domésticos também podem transmitir a doença, e alguns sintomas podem ser observados para identificar um animal infectado pelo vírus. A veterinária Lorena Shimoda explica: “quando se fala em raiva, todo mundo imagina aquele cachorro com a boca toda espumando, boca branca, salivando. E esse não é o único sintoma. Sim, é um dos sintomas, mas ele corresponde a só uma fase da doença. Então a gente observa vários sinais neurológicos. Mudança de comportamento, o animal pode ficar mais agressivo, mais apático, em casos mais avançados ele apresenta falta de coordenação, dificuldade para caminhar, dificuldade para engolir. Então, se seu animal apresentar qualquer um desses sintomas, é importante procurar um atendimento veterinário. Só o veterinário vai conseguir realmente direcionar este caso, se é realmente um caso suspeito de raiva ou se ele se está meio de outras doenças que podem também ter sinais neurológicos semelhantes”.

A vacinação dos animais é a única forma de controlar a doença. A aplicação é gratuita e o reforço deve ser feito anualmente. “Realmente as pessoas estão dando uma descuidada nessa questão de vacinação. Há muita gente achando que a raiva não existe mais. Que não precisa vacinar os cães, os gatos. Precisa, sim, ser levado muito a sério porque a gente está vendo casos de raiva aparecendo e isso é bem perigoso, tanto para os animais, quanto para os humanos”, finaliza Lorena.