Seca ‘Nem Nem’ deixa rastro de prejuízos e omissão do governo - Rede Gazeta de Comunicação

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Seca ‘Nem Nem’ deixa rastro de prejuízos e omissão do governo

GIRLENO ALENCAR

O Norte de Minas esta atravessando a pior deca de todos tempos, pois pensar chegar em 17 de dezembro sem chuvas, seria inacreditável. Ela vem sendo denominada jocosamente de ‘seca nem nem’, por causa da falta de chuvas e da omissa dos governos estadual e federal, bem como o silêncio da bancada do Norte de Minas. São várias famílias passando fome e sem água para consumo humano. Nesta semana, os católicos de Bocaiuva buscaram a ajuda divina, com orações no cruzeiro, pedindo chuvas. O Jornal GAZETA pediu esclarecimentos ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) que respondeu: “no que se refere à Operação Carro-Pipa (OCP), em setembro de 2021, o Estado assumiu a entrega de água potável nas áreas rurais. Historicamente, a Pasta atendeu 51 municípios mineiros na OCP em 2015, mas atualmente não é mais responsável pela Operação”. O GAZETA pediu esclarecimentos ao Estado, e o silêncio foi total.

Na semana, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil realizou uma capacitação em Montes Claros e ouviu os clamores dos coordenadores municipais de que falta ação para socorrer os flagelados e recebeu uma resposta lacônica que “depende da ajuda federal”. Dos municípios do Norte de Minas, 70 decretaram situação de emergência reconhecidos pelo governo federal e se não começar o período chuvoso, pretendem decretar ‘calamidade pública’. O jornal cobrou posição dos deputados Oscar Teixeira (PP), que informou que levantou o assunto, em discurso na Assembleia Legislativa, mas sem retorno. Ricardo Campos (PT) criticou o desinteresse do Governado de Minas Gerais. O deputado Gil Pereira (PSD) anunciou que levou uma comissão de vereadores para discutir o assunto no Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM). O deputado Paulo Guedes garantiu que o Governo federal socorrerá os norte-mineiros, mas não quis antecipar a data. “Estamos vivendo o efeito da era Nem Nem. Não temos chuvas e nem ajuda”, ironiza o produtor Pedro Paulo, de Bocaiuva.

Socorro da região Amazônica e flagelo no Norte de Minas

O curioso é que enquanto o Norte de Minas sofre com a omissão do Governo, o mesmo não se pode dizer para a região Amazônica. O Congresso Nacional analisa a Medida Provisória 1194/23, que abre crédito extraordinário no Orçamento de 2023 para a compra e distribuição de alimentos na região Norte em municípios afetados pela estiagem. A execução será do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. O governo explica que o principal problema identificado é “a impossibilidade de navegação nos igarapés e pequenos rios utilizados pelas comunidades mais afastadas, sobretudo povos e comunidades tradicionais, que hoje já se encontram totalmente isoladas”.

Além disso, o trânsito pelos rios maiores também está comprometida porque eles necessitam de um nível mais alto de água para a navegação. Vinte e dois municípios do Acre e 62 do Amazonas estão em situação de emergência declarada. Diversos municípios do Pará também já começaram os trâmites para ter a emergência reconhecida pela Defesa Civil. Do total dos recursos liberados, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve destinar R$ 40 milhões a projetos com mais de 40% de fornecedores pertencentes a povos e comunidades tradicionais, com potencial de garantir alimentos para suas comunidades e as vizinhas.

Os governos estaduais vêm enfrentado dificuldades para distribuir cestas básicas a partir das capitais. Esse dinheiro deve garantir trabalho para mais de 6.500 produtores que poderão fornecer 25 mil toneladas de alimentos, segundo o governo. A medida provisória será analisada pela Comissão Mista de Orçamento e, em seguida, pelos Plenários da Câmara e do Senado até o dia 22 de fevereiro.

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