Nos últimos anos, a atenção dedicada à saúde mental dos colaboradores não apenas se intensificou, mas tornou-se crucial para a viabilidade e o bem-estar dentro das empresas. Mudanças legislativas, como a Portaria 1.999 de novembro de 2023, que ampliou significativamente a lista de doenças ocupacionais reconhecidas, colocaram questões como burnout, abuso de drogas, ansiedade e depressão no centro das preocupações corporativas.
A legislação também inclui incentivos como a Lei n° 14.831, promulgada recentemente, que visa premiar organizações comprometidas com a promoção da saúde mental de seus funcionários, através do Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. Essas iniciativas não apenas reconhecem práticas exemplares, mas também pressionam empresas a adotarem medidas concretas para garantir ambientes de trabalho mais saudáveis.
No entanto, apesar dos avanços legislativos, a implementação efetiva de políticas de saúde mental ainda não é universal nas empresas brasileiras. Uma pesquisa da Conexa realizada em 2023 revelou que 83% das empresas experimentaram afastamentos devido a doenças mentais entre seus colaboradores no ano anterior. Além disso, estudo da Fundação Getúlio Vargas indicou que mais da metade dos entrevistados enfrentaram transtornos mentais, com a maioria não recebendo o suporte necessário da liderança.
Os números são um alerta claro para a necessidade urgente de priorizar o bem-estar mental no ambiente corporativo. Embora algumas empresas estejam na vanguarda dessa mudança, adotando consultorias especializadas e programas dedicados à saúde mental, a conscientização sobre a importância desse tema ainda está em estágio inicial.
Lidar com questões de saúde mental no trabalho requer uma abordagem sensível por parte dos departamentos de Recursos Humanos. A transparência e o respeito são fundamentais ao lidar com colaboradores afetados, garantindo que se sintam apoiados e valorizados durante períodos de afastamento e no retorno às suas funções.
Em um cenário onde os afastamentos por transtornos mentais crescem significativamente a cada ano, é fundamental que as empresas não apenas cumpram as exigências legais, mas também adotem uma cultura que priorize o cuidado com as pessoas. Aquelas que não se adaptarem a essa nova realidade arriscam ficar para trás, enquanto as que investem na saúde mental de seus colaboradores não apenas fortalecem suas equipes, mas também constroem ambientes de trabalho mais produtivos e acolhedores para todos.
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