GIRLENO ALENCAR
A Prefeitura de São Romão anunciou que a partir de hoje suspenderá da meia-noite a até seis horas da manhã as atividades da balsa que dá acesso a cidade, fazendo a travessia no rio São Francisco. No comunicado, o município explica aos “usuários da balsa sobre o rio São Francisco em São Romão que em razão do nível das águas e do consequente aumento dos riscos, a partir do dia 13 de janeiro a travessia, entre meia-noite e seis horas da manhã, atenderá exclusivamente a situações de urgência/emergência, enquanto perdurar o período de cheias. O funcionamento permanecerá normal entre as 6 horas e a meia-noite, com a travessia de veículos pesados somente até as 18 horas.
O porto de São Romão foi cenário em 1736 de um dos episódios do Motim São-Franciscano, quando Maria da Cruz foi presa pelos portugueses, depois que tentou a independência desse território da Coroa Portuguesa, junto com seu filho Pedro. Ela foi dominada quando chegou ao porto. O seu filho foi levado para Portugal, mas ela se saiu ilesa. Figura lendária no sertão, Maria da Cruz foi imortalizada na escrita de Diogo de Vasconcelos devido a sua participação no motim de 1736 em Minas. Nas páginas que dedica à personagem, o autor combinou uma boa dose de imaginação às fontes que consultou. O escritor mineiro fez uma biografia heroica sobre essa figura feminina das Minas Gerais no início do século XIX. Diogo de Vasconcelos disse que conseguiu “raros e dispersos vestígios” sobre Maria da Cruz, mas mesmo diante desses indícios “incompletos e muito deficientes”, foi capaz de rabiscar algumas palavras para que o leitor tivesse a imagem dessa “matrona” em mente. A mulher que “tanto contribuiu para urbanizar o sertão do S. Francisco”.
Assim descreveu o governador: o capitão Manuel Afonso de Sequeira e seu sobrinho André Gonçalves Siqueira eram “autores do primeiro tumulto de Montes Claros” contra o comissário André Moreira de Carvalho no mês de maio de 1736. O vigário Antônio Mendes Santiago era o “principal motor do motim de São Romão”. Luis de Sequeira Brandão, homem poderoso, se retirou para os matos e se conservou retirado. Domingos de Prado foi acusado de mandar “um barril de pólvora” para os levantados. Pedro Cardoso, filho de D. Maria da Cruz, era quem dava os postos aos amotinados. Teodósio Duarte servia como general das armas na revolta. Quanto a Maria da Cruz, essa “foi a casa do ferreiro Francisco de Souza seu paisano para escrever carta a Prado quando havia de ter o primeiro levante”.
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