GIRLENO ALENCAR
A Rosa do Deserto, planta conhecida pelas suas características singulares, foi protagonista de livro organizado por pesquisadoras do Instituto de Ciencias Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, em Montes Claros. O e-book “Cultivo e Manejo da Rosa-do-deserto” reúne, em nove artigos, resultados de pesquisas sobre a planta, desenvolvidas no campus da UFMG em Montes Claros e em outras instituições de pesquisa brasileiras. Entre as informações disponíveis estão aspectos botânicos, procedimentos para a produção de plantas com alto padrão de qualidade, questões legais de sua produção e também traz orientações práticas do cultivo e propagação de mudas, controle de pragas, entre outros assuntos.
Publicado pela Brazilian Journals Editora, o e-book foi organizado pelas professoras do ICA, Sílvia Nietsche e Elka Almeida; e pela doutoranda em Produção Vegetal, Rosane B. Mendes. De acordo com a professora Sílvia, há uma carência de bibliografias sobre a espécie do Brasil, o que tornou oportuna a publicação, que está disponível gratuitamente no site da editora. Parte das informações compartilhadas é resultado da pesquisa para a tese de doutorado de Rosane Mendes, especialmente nos capítulos que tratam sobre melhoramento, botânica e manejo de pragas e doenças.
A Rosa do Deserto, ao longo de sua estrutura, o caule parece moldado à mão, num movimento que inicia em sua base farta e arredondada, como balões cheios de água. As flores abundantes e em cores vivas contribuem para o aspecto diferenciado que faz com que essas plantas pareçam ter saído da ilustração de livros de contos de fadas. A Rosa do deserto, planta ornamental apreciada por paisagistas e amadores. De acordo com a professora Sílvia, a Rosa do deserto é uma espécie com grande potencial para floricultura ornamental no país, que teve forte aceitação popular, sendo escolhida até como foco central de grupos específicos e profissionalizados de criadores e colecionadores. “Isso ocorre em virtude da beleza da planta, a variação das cores das flores e aquele caule abundante. É uma espécie exótica, que acabou se adaptando muito bem ao nosso clima por ter origem em áreas desérticas e regiões áridas com altas temperaturas”, comentou.
Sílvia explica que a estrutura espessa do caule funciona como uma reserva da planta, associada à sua resistência à seca. São muitas espécies do gênero Adenium, com distribuição predominante na África subsaariana e no sul da península arábica. Comercialmente, a espécie descrita no início deste texto tem melhor aceitação, o que contribuiu para sua ampla distribuição.
O fato curioso sobre a planta abordado no livro é o uso tradicional de algumas espécies na África e no Oriente Médio. A publicação relata a utilização da seiva leitosa e outras partes da planta como veneno e também para tratamentos na medicina tradicional. Parte do potencial medicinal da planta foi foco de estudos que comprovaram uma série de atividades biológicas, como são chamados os efeitos benéficos ou adversos de compostos químicos. Atividades anticâncer, antiviral, bactericida, antioxidante, entre outras, já foram comprovadas em pesquisas científicas. No entanto, os autores destacam a importância de novos estudos para avaliar e experimentar formas seguras de uso destes componentes, especialmente pela alta toxicidade da planta.
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