JOYCE ALMEIDA
A endometriose é uma doença que atualmente atinge inúmeras mulheres. Basicamente, se trata da presença do tecido endometrial fora do útero. Origina-se ao longo dos ciclos menstruais, quando este tecido cresce e descama no exterior do útero (processo que normalmente ocorre dentro do órgão uterino), levando a inflamação e fibrose, dentre outras complicações.
A radiologista especialista na área, Fernanda Borges, explica que: “os estudos mostram que fatores hereditários e genéticos têm participação no surgimento e desenvolvimento da endometriose. Mas não podemos esquecer que os fatores relacionados ao estilo de vida e ao ambiente também são extremamente relevantes na aparição da doença. É importante que as mulheres tenham atenção com cuidados como alimentação saudável, exercício físico regular, sono reparador e controle do estresse”.
A médica fala, ainda, sobre a identificação dos sintomas da doença. “O diagnóstico ainda é um grande desafio. Estima-se que o tempo entre o início dos sintomas e a constatação da doença varia entre 7 a 10 anos. O laudo é feito em dois momentos: o primeiro momento é na consulta com o ginecologista, que vai estudar os sintomas e realizar o exame físico ginecológico direcionado, e, diante da suspeita clínica de endometriose, vai solicitar exames de imagem, que são a ultrassonografia e a ressonância magnética – ambos devem ser realizados com preparo intestinal e protocolo específico para a pesquisa de endometriose, com o objetivo de confirmar a doença. Devem ser realizados com um médico especialista e experiente no diagnóstico da doença”, explica a radiologista.
De acordo com a especialista, o tratamento da endometriose tem como foco melhorar a qualidade de vida da paciente e deve ser feito de maneira individualizada e multidisciplinar. “Existem duas linhas de procedimento: o tratamento clínico pode ser feita de forma medicamentosa, baseado principalmente nas terapias hormonais e de forma não medicamentosa, com o objetivo principal do controle de dor. Dentre eles, temos o acompanhamento nutricional, onde as mulheres devem dar preferência a dietas anti-inflamatórias, também a acupuntura, a fisioterapia pélvica, também é necessário o acompanhamento psicológico, pois sabemos que a incidência de depressão e ansiedade é maior nas mulheres que sofre com esta enfermidade. Temos, também, o tratamento cirúrgico que tem como propósito, remover as lesões de endometriose”.
A especialista afirma que, para que a cura seja eficaz, é importante que a equipe médica tenha experiência com a doença. Realizando o tratamento adequado, para garantir a qualidade de vida, bem-estar físico, mental e social para as mulheres com endometriose. A mesma finaliza enfatizando a identificação antecipada dos sintomas. “Se a mulher apresentar alguns sintomas, como cólicas menstruais intensas, dor pélvica crônica, dor durante a relação sexual e infertilidade, ela deve conversar com um ginecologista buscando ajuda, para que o diagnóstico seja feito de forma precoce e seja realizado o tratamento adequado instituído previamente”, conclui. (Sob supervisão de Stênio Aguiar)
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